Os juros futuros fecharam a sessão regular em queda, ainda refletindo a melhora da percepção sobre a votação da reforma da Previdência, mas com taxas longe das mínimas em que terminaram a manhã desta terça-feira, 5, após a sinalização do PMDB de que poderá fechar questão sobre a proposta. As taxas reduziram um pouco o movimento de baixa, com sinalizações menos otimistas de alguns líderes, como por exemplo, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), que disse considerar pouco provável a aprovação da reforma da Previdência na Câmara.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 7,04%, de 7,06% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,32% para 8,28%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 9,18%, de 9,23% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 recuou de 10,13% para 10,05%.
O mercado seguiu a terça de olho nos esforços do governo para angariar apoio dentro da base aliada à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera as regras da Previdência, e o foco agora parece ser a pressão sobre as bancadas para que fechem questão em torno do apoio. A percepção é de que se o PSDB, e principalmente, o PMDB, fecharem questão, ameaçando punir parlamentares infieis, as demais siglas devem acompanhar.
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Segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o PMDB de Temer deve fechar questão ainda esta semana e que, se a sigla e outros partidos da base – PP, PTB, PR, PSD, DEM, PRB – conseguirem o mesmo, isso pode ajudar a convencer o PSDB. O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), afirmou que a executiva nacional do partido já tem maioria para aprovar o fechamento de questão.
Porém, após o alerta do presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), os ânimos do mercado esfriaram um pouco. “Não botem tanta fé na reforma da Previdência, tem muita espuma aí, cuidado com as notícias”, declarou a um grupo de jornalistas. Agripino reforçou ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a sigla não deve fechar questão sobre o assunto.
Quanto ao Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia na quarta-feira, 6, sua decisão, as apostas estão solidificadas em torno de uma redução de 0,5 ponto da Selic, para 7,00%, e por isso o maior interesse agora é com relação ao encontro de fevereiro. Mas uma sinalização sobre se os cortes vão continuar no ano que vem, até em função do calendário da Previdência, pode nem aparecer neste comunicado. “Passando a reforma da Previdência, o Copom consegue cortar juros em fevereiro”, disse o economista Bernard Gonin, da Rio Gestão de Ativos.
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Nos demais ativos, às 16h39, o dólar à vista recuava 0,38%, aos R$ 3,2328, e o Ibovespa subia 0,43%, aos 73.407,96 pontos.