Cerca de oito horas após o início do julgamento do caso Francine Sins, o corpo de jurados decidiu condenar o padrastro da menina, Ronaldo dos Santos, e absolver a mãe da vítima, Geni Sins. A sentença foi dada por volta das 18 horas desta quarta-feira, 22. O júri ocorreu dois anos depois da adolescente de 13 anos ser encontrada morta em Rio Pardinho, no interior de Santa Cruz do Sul. A investigação da delegada Lisandra de Castro de Carvalho concluiu que Geni teria mandado Ronaldo matar a filha por ciúmes.
Ronaldo foi condenado a 37 anos e nove meses de prisão por homicídio qualificado por asfixia, dissimulação, recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio, crime cometido contra vítima menor de 14 anos, além de estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. O júri não acatou as qualificadoras de motivo torpe e mediante pagamento. O réu ainda foi beneficiado pela atenuante da confissão espontânea. Para a Justiça, a motivação não foi esclarecida.
O Ministério Público pediu a absolvição de Geni Sins, entendendo que ela não teve participação no crime. Os jurados acolheram o pedido do MP e da defesa, feita pelos advogados Melissa Lopes Klein, Ezequiel e Eduardo Vetoretti. A sessão foi comandada pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Pelo MP, atuou o promotor é Jefferson Dall’Agnol. Já a defesa de Ronaldo, ficou a cargo do defensor público Arnaldo Quaresma Júnior.
Publicidade
LEIA MAIS: ‘Minha mãe está sendo injustiçada’, diz irmão de Francine Sins
Como foi o julgamento
Publicidade
Durante o julgamento, nesta manhã, os réus optaram por ficar em silêncio. Por volta das 11h20, o Ministério Público informou que solicitaria a absolvição da mãe de Francine. O promotor questionou os motivos pelos quais a mãe teria mandado matar a adolescente, considerando que o relacionamento de Ronaldo com Francine não era conhecido, nem por Geni.
“Por que ele ia matar uma pessoa que ele gostava [Francine], com quem tinha um relacionamento harmonioso, para ficar com a Geni, com quem ele vivia brigando, a mando dela [Geni]?”, questionou o promotor Jefferson Dall’Agnol. Há ainda inconsistências no depoimento de Ronaldo sobre a orientação de Geni para matar a menina.
Ronaldo foi denunciado por estupro de vulnerável – já que Francine tinha menos de 14 anos -, por homicídio qualificado, com as agravantes de asfixia (meio cruel), dissimulação, feminicídio e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.
Publicidade
A sessão foi retomada no início da tarde com o pronunciamento da defesa de Geni. O advogado Ezequiel Vetoretti argumentou que a mãe de Francine foi transformada em um monstro pela polícia e pela sociedade. “Acabaram com a vida dela. O mal que se fez a essa mulher nunca mais vai poder ser reparado”, disparou.
Já a advogada Melissa Klein, na defesa da Geni, reforçou que ela vivia em situação de miséria, sofreria de transtorno depressivo e não teria condições financeiras nem intelectuais de planejar e pagar pela morte da filha.
O que aconteceu com Francine Sins
Publicidade
Naquela Sexta-feira Santa, 14 de abril de 2017, Francine teria sido convidada por Ronaldo, na época com 31 anos, para comprar chocolates em um mercado próximo a casa onde eles moravam, em Rio Pardinho. Ainda no mesmo dia, a mãe da menina registrou um boletim de ocorrência do desaparecimento da filha na Delegacia de Polícia. Um dia após, a menina foi localizada morta a cerca de dois quilômetros de casa em um matagal. Conforme a perícia, a causa da morte teria sido asfixia por estrangulamento.
Ronaldo se entregou para a polícia seis dias após o crime e disse que Geni teria participação na morte da filha. Segundo o acusado, a mulher – de quem ele também é sobrinho – teria pedido que ele matasse a menina por ciúmes. O homem ainda alegou que Geni teria prometido uma recompensa a ele.
Publicidade
This website uses cookies.