Você já o viu em inúmeras séries e filmes, na TV e no cinema. Já o viu, por exemplo, no papel de doutor Evandro Moreira, na série Sob Pressão, na Globo. Ou de Joaquim, em Serra Pelada, em 2013. Ou de Eric, em Entrando Numa Roubada, de 2015. Ou ainda de Vicente, em Carga Pesada, em 2006. E, claro, de Lisboa, em A Grande Família. Mas agora vai vê-lo circulando por Santa Cruz do Sul, para onde virá ao final da tarde da próxima quinta-feira, 27, para, no dia seguinte, receber o Troféu Tuio Becker no 5º Festival Santa Cruz de Cinema. É o reconhecimento expresso ao gaúcho Júlio Andrade por uma sólida carreira como ator e, mais recentemente, diretor, na série Sob Pressão.

Júlio é mais um gaúcho, porto-alegrense, que se projetou na cena artística nacional nesse século 21 (o mesmo ocorreu com o irmão, Ravel, 28, que também é ator, além de cantor e compositor, e que, aliás, fez participações em Sob Pressão). Tendo completado 46 anos no dia 8 de outubro, começou a filmar efetivamente em 1998. Naquele ano, participou do curta-metragem Velinhas. Na cidade natal, participou de minisséries da RBS TV e integrou a Companhia de Teatro de Porto Alegre.

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E foi em 1999, na reta final do século 20, que estreou no cinema, veja só, em Luna Caliente, a minissérie inspirada em romance do argentino Mempo Giardinelli, produzida e exibida pela Globo, em três capítulos, e que teve gravações em Santa Cruz do Sul (e Rio Pardo). Naquela ocasião, as filmagens pararam a rua central de Santa Cruz em várias ocasiões, e trouxeram os destaques do elenco, Paulo Betti e Ana Paula Tabalipa, para a cidade por várias semanas.

Para Júlio, foi o pontapé para uma bem-sucedida carreira na TV, que se estendeu por A Grande Família, Amazônia, Ciranda de Pedra, Caminho das Índias e Passione (onde fez o papel de Arthur Peixoto, o Arthurzinho). No teatro, esteve em O Menino Maluquinho, de Ziraldo, em 2000; em O Pagador de Promessas, de Dias Gomes; e O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, no ano seguinte; em Bailei na Curva, de Júlio Conte, em 2002; e Macbeth, em 2004, tendo feito neste o papel principal, sob direção de Patrícia Fagundes.

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A caminhada é avalizada desde o princípio por sucessivas e constantes indicações a prêmios: venceu vários, a começar pelo de melhor ator por O Menino Maluquinho. Nos mais importantes certames pelo país, sempre foi aclamado e prestigiado, e também no exterior, o que inclui indicações ao Prêmio Emmy International como melhor ator, em 2017, pelo papel (de Cadu) na série 1 Contra Todos.

Casado com a fotógrafa Elen Cunha, com ela tem o filho Joaquim (é pai ainda de Antonia, de um relacionamento anterior). Eclético, dinâmico, sempre determinado a aprender mais e mais, firma-se como uma das principais referências da teledramaturgia desta geração. Com a escolha por ele, o Prêmio Tuio Becker de 2022 está em excelentes mãos.

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Saiba mais

Luiz Fernando Becker, mais conhecido como Tuio Becker, nasceu em 1943 em Santa Cruz do Sul. Aos 17 anos publicou a primeira coluna de crítica cinematográfica. Em 1966, mudou-se para Porto Alegre, onde passou a atuar como crítico. Sendo apaixonado por cinema, também atuou como roteirista e diretor. Faleceu em 2008 por complicações da doença de Alzheimer.

Uma semana de muito cinema

O 5° Festival Santa Cruz de Cinema ocorre entre segunda, 24, e sexta-feira, 28, no auditório central da Unisc. A maior mostra competitiva da região recebeu a inscrição de 544 filmes para concorrer ao troféu Tipuana em diversas categorias. A partir da seleção dos inscritos, a curadoria definiu 18 filmes para competir na Mostra Nacional e seis para a Mostra Olhares Daqui.

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O festival é uma realização de Sesc/RS – Unidade Operacional Santa Cruz do Sul, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Pé de Coelho Filmes, com patrocínio de JTI, Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e Município de Santa Cruz do Sul. O apoio é de Gazeta Grupo de Comunicações, Proeza Beer, Brás 1532, Legend Music Bar, Amigos do Cinema, Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos de Santa Cruz do Sul (Seasc), Gaveta Bar e Brasserie Chef Davi.

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