A juíza Márcia Inês Doebber Wrasse, da 1ª Vara Criminal de Santa Cruz do Sul, aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) contra o pedreiro Servo Tomé da Rosa, de 69 anos, autor confesso do feminicídio de Heide Juçara Priebe, de 63. Com isso, ele torna-se réu por perseguição, violação de domicílio e homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – foram elencadas por feminicídio (fato de a vítima ser mulher), motivo torpe (término do relacionamento) e recurso que dificultou a defesa da vítima (o fato de Heide ser pega de surpresa com a ação do homem).
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Essa última qualificadora, inclusive, foi adicionada pelo promotor de Justiça Flávio Eduardo de Lima Passos aos indiciamentos já previstos no inquérito policial assinado pela delegada Raquel Schneider, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). A denúncia havia sido encaminhada por Passos à 1ª Vara Criminal no dia 21 de julho.
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A partir de agora, o processo terá sequência com uma série de audiências mediadas pela magistrada, envolvendo o acusado, seu defensor e o MP. Por fim, será divulgada a sentença de pronúncia, em que a juíza Márcia Doebber Wrasse decidirá se existem de fato indícios do crime, se o acusado pode ser o culpado e se, por se tratar de um crime doloso contra a vida, o processo será julgado por um tribunal do júri e não por um juiz sozinho.
Servo Tomé da Rosa aguarda a sequência do processo preso preventivamente no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, após ser detido em flagrante pela Brigada Militar depois de cometer o crime, no fim da tarde de 8 de julho, na Travessa Tenente Barbosa, no Centro. Servo atirou à queima-roupa contra a cabeça e braço de Heide.
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No último tiro, que provocou a morte, o projétil entrou pela lateral do corpo e atingiu o pulmão. Embora tenha sido levada ao Hospital Santa Cruz (HSC), Heide morreu ainda na noite de sexta. Servo tentou se matar com um tiro no peito, mas sobreviveu após receber atendimento. Ele foi conduzido ao presídio logo após deixar o HSC, na tarde de 11 de julho, pelos policiais da Deam.
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