No mundo de ostentação e consumismo, vislumbro bons exemplos que reforçam minha esperança na humanidade. Falo de um contingente de jovens comprometidos com a solidariedade, com vida saudável e que, ao contrário da equivocada generalização, se importam com o próximo.
Com dois filhos – de 23 e 24 anos – tenho o privilégio de conviver com amigos que ensejam uma dose de otimismo na rotina árdua de egoísmo. Um grupo de parceiros de minha filha Laura, a única gremista da família, resolveu incrementar as idas à Arena tricolor, além de torcer e comemorar.
Há algum tempo eles “adotaram” um grupo de crianças residentes no bairro Humaitá, no entorno do estádio. À sua maneira, levam alegria e dignidade à gurizada sofrida que mora em casas modestas. Já promoveram festas de aniversário. Também compraram, além da camiseta tricolor, cadernos, roupas e alimentos. Também levaram os piás e gurias para assistir ao jogo. A única contrapartida das crianças é frequentar a escola e tirar boas notas.
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Outros amigos de meus filhos desenvolvem atividades de voluntariado, imbuídos da solidariedade de que o mundo tanto carece em tempos de ódio disseminado mundo afora. Outros, ainda, optam por uma vida saudável, a partir de pesquisa sobre os malefícios dos conservantes e aromatizantes usados em larga escala na fabricação de alimentos. E esclarecem sobre suas opções.
Sei de grupos que visitam albergues e asilos de idosos relegados à própria sorte, que rezam por uma migalha de paciência, afeto e dignidade, além de remédios. São atitudes altruístas que orgulham a raça humana em oposição à postura egoísta, símbolo da modernidade.
Há muito por mudar e melhorar para justificar o título que todos nós ostentamos de “seres humanos”. Mas é preciso dar a largada que, com a postura desses jovens, é promissora. As variadas iniciativas que valorizam a vida devem ser encaradas como um alento. Indiferente à crítica dos céticos, esta nova geração – espezinhada pela pecha do individualismo – segue em busca de mudanças, através de um novo estilo de vida e – justiça seja feita – deixando a zona de conforto para encarar os desafios de questionar estruturas consolidadas.
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Pensar no coletivo em detrimento do pessoal é caminho para melhorar este mundo tão hostil da supremacia tecnológica. Começar é o grande desafio. Manter-se no caminho da solidariedade é uma lição diária. E viver com mais tolerância um sacerdócio pela vida afora.
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