Diversas vivências e experiências ficarão na memória dos cerca de 130 jovens aprendizes das sete turmas do Programa de Aprendizagem Profissional Rural de 2021, do Instituto Crescer Legal. Entre as mais marcantes, possivelmente estão as primeiras saídas técnicas e viagens de estudo feitas no final de agosto e começo de setembro.
As turmas visitaram locais diferentes: os aprendizes de Boqueirão do Leão e Santa Cruz do Sul conheceram a Cooperativa Leoboqueirense de Agricultores Familiares (Cooperlaf), em Boqueirão do Leão; a turma de Canguçu esteve na fazenda Mato Grande, de produção do azeite Verde Louro, em Canguçu; e as turmas de Cerro Branco, Herveiras, Sinimbu e Passo do Sobrado estiveram no Rincão Gaia, em Rio Pardo.
Um dos aprendizes que estiveram no empreendimento de educação ambiental da Fundação Gaia é Ezequiel Vicente, 17 anos, de Sinimbu. Ele contou que aprendeu sobre diversas possibilidades de cuidar do meio ambiente. “Entre outras coisas, havia lá um tanque com algumas plantas que servem para tratar a água. O guia explicou como a água fica limpa por causa da ação daquelas plantinhas”, contou. “Adorei conhecer o lugar, é incrível. E acho muito importante ver coisas diferentes porque é sempre bom expandir nossos conhecimentos. O mundo está evoluindo e temos que evoluir junto”, comentou.
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Um dos jovens que foram conhecer a fazenda Mato Grande, em Canguçu, é Camila Schellin Goldbeck, de 15 anos. Impressionada com as explanações sobre o cultivo das oliveiras e a fabricação do azeite, ela disse que achou interessante saber como se faz o plantio, a colheita, a fabricação e a comercialização dos próprios produtos. “Foi muito bom conhecer como tudo acontece lá na fazenda”, afirmou. Ao comentar que julga importante os jovens conhecerem empreendedores de sucesso, Camila acrescentou que é bom ver o trabalho dos pequenos e dos grandes produtores. “Todos trabalham e administram de formas diferentes, e isso faz com que nos inspiremos neles”, acrescentou.
E a aprendiz Camily Vitoria Ferreira, 16 anos, moradora do distrito de Alto Paredão, em Santa Cruz do Sul, conheceu um pouco mais a respeito do cooperativismo e do beneficiamento e comercialização de alimentos. Na visita à Cooperlaf, Camily aprendeu sobre agroindústrias familiares e teve uma melhor compreensão do que são políticas públicas. “Consegui adquirir diversos conhecimentos”, ressaltou. Dentre as atividades da cooperativa, ela achou curioso o processamento do feijão, em que máquinas auxiliam na higienização, separação dos grãos e no empacotamento para a venda.
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Vivências
A educadora social Ana Justen, que acompanhou a turma de Sinimbu ao Rincão Gaia, explica que os jovens, ao conhecerem a iniciativa de José Lutzenberger, perceberam que preservar a natureza também pode ser uma ideia de empreendimento no meio rural. “Eles se sentiram parte do local, da história, e perceberam semelhanças e diferenças em relação às localidades onde vivem. Alguns conheceram o bioma Pampa, que não conheciam, pois em Sinimbu predomina a Mata Atlântica”, conta. “Ao ouvirem sobre a regeneração do local, muitos ficaram impressionados ao perceber que é possível haver recuperação de um espaço devastado”, diz. “Quando se trata de meio ambiente, é preciso conhecer para respeitar.”
O presidente do Instituto Crescer Legal, Iro Schünke, lembra que os jovens, em sua maioria no segundo ano como aprendizes, agora tiveram a oportunidade de algumas vivências que não estavam sendo possíveis por causa da pandemia. E, segundo a gerente do Instituto, Nádia Fengler Solf, as primeiras experiências em saídas de campo em 2021 foram muito boas, pois os aprendizes estão conscientes sobre as medidas de segurança e contentes com as viagens. “Vamos realizar outras viagens de estudo ainda neste ano. Um dos objetivos do programa é proporcionar aos aprendizes saídas técnicas e contatos com empreendedores que são referência por serem inovadores, além de ampliar horizontes para os aprendizes”, diz.
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