É quase impossível caminhar pela Rua Gaspar Silveira Martins, próximo ao trevo da Receita Federal de Santa Cruz do Sul, e não parar para apreciar um canteiro de flores e hortaliças rente à calçada. O jovem Marlon Willian Thiesen, 20 anos, proprietário de uma agropecuária, há três meses cultiva mais de 15 tipos de hortaliças, além de diversas espécies de flores, em um espaço com cerca de 15 metros de comprimento.
Thiesen, que nasceu no campo, em Cerro do Chilena, interior de Vale Verde, viveu lá até há pouco tempo, quando resolveu empreender em Santa Cruz do Sul. A prática com o plantio vem de casa e também do aprendizado na Escola Família Agrícola de Santa Cruz (Efasc), onde estudou por três anos e foi inspirado a cursar Agronomia na universidade a distância Unopar. Há três meses longe do interior, ainda relembra a última safra ao lado dos pais, Marcos e Izolete Thiesen, de 46 e 43 anos. “Tínhamos 4 mil pés de morango, 1,6 mil videiras, tabaco, vacas de leite, além das hortas e flores”, conta.
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Segundo Thiesen, o canteiro em frente ao seu estabelecimento já existia quando ele chegou. No entanto, só havia flores secas e não estava nada bonito. “Limpei tudo, deixei só a terra e plantei de novo”, explica. As árvores na calçada também ganharam ainda mais vida com o plantio, junto a elas, de pepinos para salada. “Nas árvores só tinha pedras ao redor. Então, trouxe terra e esterco de casa e os pepinos já estão prontos para a colheita.”
No pequeno espaço, ele plantou alface-crespa e alface-crespa roxa, brócolis, couve-manteiga, tomate, berinjela, pimentão vermelho, pepino, tomate-cereja, gaúcho e longa vida, cebola e outros, tudo sem adição de agrotóxicos. Em meio às hortaliças, as flores dão cor e embelezam ainda mais o canteiro. Tem petúnia, cravina, boca-de-leão, espada-de-são-jorge e até uma erva sueca que promete tirar o mau olhado e trazer riqueza e prosperidade. “Chama muito a atenção das pessoas. O pessoal passa com o carro devagarinho, olhando. As pessoas param e querem saber mais”, relata.
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Aproveitamento
O jovem empreendedor conta que a ideia com o canteiro é, além de embelezar a calçada e encher os olhos de quem passa, mostrar que é possível produzir e aproveitar pequenos espaços e que qualquer pessoa pode fazer o mesmo em casa. As hortaliças do canteiro, infelizmente, não podem ser consumidas por causa da poluição dos carros. “Existem alguns produtos naturais que podem ser utilizados no cultivo. Então é possível, sim, produzir sem adição de veneno para consumo próprio”, reforça.
Para provar que realmente é possível se alimentar de forma saudável e do próprio plantio, sem precisar de grandes espaços, Marlon ainda mantém a produção de tomates e alguns tipos de temperos dentro do próprio apartamento em Santa Cruz. Sobre o canteiro da Gaspar, ele ainda pretende plantar alecrim, manjericão e outros tipos de temperos.
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