A seccional dos Vales do Rio Pardo e Taquari da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul (APRS) reuniu 60 estudantes e profissionais da área para falar sobre um problema crescente na região: o suicídio. Com o tema “Nós podemos prevenir o suicídio”, a 2ª Jornada de Psiquiatria do Rio Grande do Sul ocorreu nessa sexta-feira e sábado, no auditório do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
À frente das palestras, mesas-redondas e exposições estiveram convidados regionais, nacionais e internacionais, que proporcionaram aos participantes um espaço de discussão. Segundo um dos organizadores do evento, o médico Fernando Neves, o tema deste ano foi escolhido pelo fato de o número de suicídios ser muito grande na região. “Os indíces em algumas cidades daqui são maiores que a média nacional”, disse.
Um dado preocupante informado por Neves é o aumento no número de suicídios entre os jovens. “No mundo, é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos”, apontou. O principal motivo, de acordo com o médico, é a falta de uma abordagem intensa em relação ao tema, feita por meia de campanhas e debates na mídia. Nesse sentido, ele defende a realização de eventos como a Jornada de Psiquiatria para que se pense medidas de prevenção e, sobretudo, fale-se a respeito do suicídio.
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Na medida em que o assunto deixar de ser um tabu, para Neves, será mais fácil prevenir, já que o suicídio geralmente é associado a uma patologia psiquiátrica e o paciente apresenta sinais. “É preciso falar na família, na escola, na universidade, nesses núcleos onde as pessoas convivem entre si”, explicou. Os principais sintomas dignos de atenção são agressividade, mudança de comportamento, desinteresse por pessoas e atividades de que a pessoa gostava, isolamento, choro e envolvimento com drogas.
O primeiro passo para ajudar alguém que está com uma doença psiquiátrica é conversar. “O simples fato de falar sobre o que está sentindo já alivia”, salientou o médico. Ele explicou ainda a importância de as conversas serem sempre diretas. “Tem que perguntar: tem pensado em morrer?”, observou. Em seguida, dependendo da resposta, é preciso procurar um profissional para fazer uma avaliação e, dependendo do diagnóstico, encaminhar a pessoa para o tratamento mais adequado.
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