A divulgação de supostos diálogos antiéticos e ilegais entre procurador de justiça e juiz diretamente envolvidos na Operação Lava-Jato interessa a muitas partes e por diferentes razões.
Haja vista o comprometimento ideológico do jornalista Glenn Greenwald, com certeza novos diálogos que embaraçam autoridades serão divulgados proximamente. Mas, provavelmente, não haverá divulgação de conversas que comprometam réus e presos (e seus advogados!).
Explico. O jornalista norte-americano é casado com David Miranda, hoje deputado federal do PSOL-RJ (até ontem suplente de Jean Wyllys). Historicamente, o PSOL é um coadjuvante político-eleitoral e pejorativamente chamado de linha auxiliar e partido satélite do PT.
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Mais: há uma curiosa proximidade temporal entre a recente visita de Glenn a Lula na prisão, as denúncias de hackeamento dos celulares das autoridades e a divulgação dos diálogos. Mera coincidência?
Dito isso, é evidente que o interessado imediato em um possível escândalo é o ex-presidente Lula, que almeja a nulidade do processo do “triplex” e a sua consequente e imediata liberdade.
Mas Lula também responde por processos fora da Operação Lava-jato. Nesses casos, se culpado e condenado, não poderia alegar a mesma contaminação comportamental entre autoridades. Salvo outras surpresas futuras. Se verdadeiras.
Além dos demais réus e presos, muito interessados também estão os advogados envolvidos na defesa dos seus clientes. Mas se aos advogados é legitimo tentar “destruir” a Operação Lava-Jato, o mesmo não se pode dizer da OAB, que tem alternado notas públicas de evidente indignação seletiva, comprometendo sua histórica credibilidade, representatividade e legitimidade.
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É possível e provável que sejam verdadeiros muitos diálogos e excessos indevidos e ilegais. Entretanto, entre o que seria verdadeiro (já há diálogos falsificados) e divulgado até o momento, transparece um esforço de ação e defesa da “Operação Lava-Jato”. São diálogos sobre procedimentos. Não há juízo de valor sobre réus, nem antecipação de sentença.
Se restar provado que a proximidade e o diálogo das partes (procurador e juiz) “produziram” provas ou “turbinaram” processo judicial e causaram alguma injustiça pessoal, estamos, sim, diante de um ato que merece repúdio e punição.
Mas sem esquecer que a força-tarefa “Operação Lava-Jato” só existe porque foram descobertos os crimes e desmascarados os líderes políticos e empresariais do maior assalto sistêmico já realizado contra os cofres públicos.
A luta contra a corrupção é uma guerra que não terá fim. E, como em todas as guerras, pode haver danos colaterais!
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