O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, confirmou nesta terça-feira, 8, o encolhimento da instituição de fomento, mas evitou falar em números. Em cerimônia de transmissão de cargo na sede do BNDES, no Rio, Levy defendeu privatizações, sugeriu um “melhor uso” dos recursos do banco e ressaltou que os desembolsos não são a única forma de apoio a empresas.
Com a perspectiva de devolver antecipadamente até R$ 100 bilhões da dívida com a União este ano, o BNDES é um dos principais alvos na estratégia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de encolher os bancos públicos. Só que o valor da devolução deste ano ainda não está decidido, disse Levy.
“O exato valor da devolução vai ser função tanto de perspectivas de retomada da economia quanto do melhor uso do nosso balanço”, afirmou Levy. Segundo ele, antes de definir metas, tanto de desembolsos quanto de devoluções antecipadas, é preciso fazer estudos.
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Conforme a reestruturação da dívida firmada em julho do ano passado, o BNDES devolveria R$ 102,8 bilhões ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro – R$ 26,6 bilhões estão previstos para 2019. Só que a equipe econômica já indicou que quer mais este ano. A devolução poderá chegar a R$ 100 bilhões.
Do lado da retomada da economia, Levy demonstrou otimismo com uma recuperação cíclica. Também sinalizou foco na demanda das empresas de médio porte quando os investimentos voltarem de forma mais forte – o foco nas empresas menores tem sido repetido como mantra desde que o governo Michel Temer começou uma guinada no BNDES, em 2016.
Com essa guinada, e a devolução de R$ 309 bilhões ao Tesouro Nacional, o BNDES liberou para financiamentos no ano passado R$ 69,16 bilhões, o menor nível desde 1996, como revelou o Estado no sábado.
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Questionado se esse nível de desembolsos seria pouco caso a recuperação da economia ganhasse fôlego, Levy disse que é preciso separar a capacidade de desembolsos do BNDES do apoio que a instituição de fomento pode dar aos investimentos. “Se usarmos outros instrumentos, como garantias, podemos ter desembolsos com recursos privados, mas onde o BNDES proporcione parte da estrutura financeira”, afirmou Levy.
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