Em um momento delicado, é comum que as pessoas deixem de lado algumas atividades, como o trabalho, para priorizar a saúde. Porém, esse não foi o caso de Janine Kirinus, 38 anos. Formada em Administração e com especialização em Gestão de Processos, em 2005 ela começou a trabalhar como estagiária na Afubra, onde segue carreira profissional até hoje. Depois de ter sido promovida algumas vezes, em abril de 2021 foi convidada a assumir o setor do e-commerce da loja. Três meses antes de descobrir o câncer de mama.
LEIA TAMBÉM: Elas: histórias de coragem e de superação
Janine estava em dia com seus exames preventivos, que haviam sido feitos em outubro do ano anterior. Ela não tinha histórico familiar, contudo, após sentir dor na mama direita, uma amiga a levou ao médico. Em uma semana, após exames e consultas, recebeu o diagnóstico de câncer de mama bilateral, isto é, nas duas mamas.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Medicamento para tratar câncer de mama é incorporado ao SUS
“O momento mais doloroso é esse, da dúvida até a certeza. O meu durou apenas sete dias, muitas mulheres ficam meses esperando”, reitera. Ainda que não sentisse nada, o câncer também aparecia na mama esquerda. Por isso, Janine alerta para os exames preventivos. “Muitas vezes, nós não gostamos de fazer porque dói. Mas o meu câncer não apareceu no toque, apenas na ressonância”.
Após a descoberta da doença, por querer manter a sua vida o mais normal possível, precisou se esforçar para aliar a rotina do tratamento ao trabalho. Janine precisou submeter-se a alguns exames e consultas até as aplicações da quimioterapia, por isso, exerceu sua função em home office naquele período. “Eu gostava de manter um pouco da normalidade da minha vida antes do câncer. O trabalho era online, pois minha função permitia que assim fosse. Em dias em que não me sentia tão bem, eu trabalhei menos horas”, relembra.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Câncer de mama e gravidez: veja mitos e verdades sobre ter filhos após o diagnóstico
A perda do cabelo durante a quimioterapia foi um momento difícil. “Demorei mais para aceitar a perda do meu cabelo do que para aceitar que eu tinha câncer”, conta Janine. Depois de muito relutar, marcou um horário no salão e raspou o restante. Janine se adaptou mais facilmente aos lenços, já que as perucas eram quentes e a incomodavam. Após a quimioterapia, em janeiro deste ano, fez a cirurgia de retirada das mamas com a reconstrução imediata. Para acabar com os resquícios da doença, finalizou o tratamento com a radioterapia.
Entretanto, a luta não havia terminado. Em agosto, Janine teve uma intercorrência. No dia em que ia viajar de férias com algumas amigas para comemorar o fim do tratamento, precisou retirar a prótese da mama direita. Ela vinha tratando uma bactéria e seu corpo não conseguiu combatê-la. “Estou feliz pelo tratamento superado, mas estou sem uma mama e isso me abalou demais. Não era algo cogitado, porque tudo havia dado certo”. Novamente, a sua ocupação foi a fuga do problema. “Me ajudou a superar”, afirma.
Publicidade
O trabalho foi um aliado de Janine no decorrer dos meses mais desafiadores da sua vida. E, como um presente, neste ano recebeu a oportunidade de assumir um novo departamento da Afubra. “Pra mim foi muito gratificante, porque eu vi que a empresa via a Janine além do câncer”. Apesar de todas as dificuldades, está vivendo um momento feliz, tanto na vida pessoal como na profissional. Sobre a reconstrução da mama direita, está prevista para acontecer no início de 2023. “Estou muito ansiosa”, adianta.
LEIA TAMBÉM: Câncer de mama: conheça mitos e verdades sobre a doença
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
Publicidade
This website uses cookies.