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SEGURANÇA PÚBLICA

Janeiro termina com redução em todos os indicadores criminais

Leite disse que indicadores são divulgados não como propaganda, mas por transparência, por serem instrumento de gestão pública | Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

No primeiro mês de 2022, a queda da criminalidade no Rio Grande do Sul verificada ao longo dos últimos três anos se expressou de ponta a ponta nos indicadores monitorados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Todos os 22 índices divulgados mensalmente pela pasta – de homicídios e latrocínios a crimes patrimoniais, além de feminicídios e demais delitos de violência contra a mulher – encerraram janeiro em queda na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados foram apresentados nesta sexta-feira, 11, pelo governador Eduardo Leite e pelo vice-governador e titular da SSP, Ranolfo Vieira Júnior, em ato realizado na Rua Garibaldi, conhecida como Rua Coberta, no centro de Esteio. Autoridades locais também participaram. O município da Região Metropolitana foi palco da divulgação por ter zerado em janeiro, pelo segundo ano seguido, os homicídios. Além disso, está sem latrocínios desde setembro de 2017.

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“Divulgamos os indicadores não como propaganda, é por transparência, um instrumento fundamental de gestão pública. Quando identificamos alguma inflexão negativa, podemos agir imediatamente. Como os dados têm sido positivos, celebramos. O Estado está fazendo investimentos robustos, devemos chegar a quase R$ 1 bilhão na segurança pública. E isso vai dar, como na está dando, outra capacidade de resposta aos nossos servidores da segurança”, afirmou Leite.

A baixa nos crimes contra a vida é o impacto mais relevante da ação das forças policiais a partir do planejamento do programa RS Seguro. A soma de homicídios, latrocínios e feminicídios, principais indicadores que compõem o conjunto tecnicamente conhecimento como crimes violentos letais intencionais (CVLI), bateu novo recorde de redução. Caiu 13,6%, de 169 em janeiro do ano passado para 146 no primeiro mês de 2022 – o menor total desde 2012, quando os três crimes passaram a ser contabilizados de forma individual. Em relação a 2018, o último ano antes da implantação do RS Seguro, quando houve 249 vítimas, a queda chega 41,4%.

“É uma grande satisfação verificar que conseguimos reduzir todos os indicadores monitorados, sem qualquer senão. Além disso, nos crimes contra a vida, que é o nosso bem supremo, iniciamos o quarto ano do nosso governo com reduções. Ao longo dos últimos três anos, ao diminuir cada vez mais o número de vítimas na comparação com o patamar de 2018, já são mais de 2 mil vidas preservadas”, afirmou Ranolfo.

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Homicídios têm queda de 11,2% em janeiro

Crime considerado em todo o mundo como principal métrica da violência, os homicídios no Rio Grande do Sul mantiveram em janeiro a tendência de queda dos últimos anos. O número de vítimas passou de 152, no primeiro mês de 2021, para 135, uma retração de 11,2% e o menor total desde 2006. Comparado ao pico da série histórica, em 2017, quando 348 pessoas foram assassinadas em janeiro no RS, a retração chega a 61,2%.

Entre os 23 municípios priorizados pelo RS Seguro, além de Esteio, duas cidades do Litoral Norte acumulam períodos sem assassinatos. Janeiro é o terceiro mês consecutivo com o indicador de homicídios zerado em Capão da Canoa, o que também ocorre em Tramandaí desde dezembro.

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Das dez maiores quedas na comparação do primeiro mês deste ano e do anterior, metade ocorreu em municípios do bloco de foco territorial adotado pelo programa – 20 dos 23 encerraram janeiro com queda ou estabilidade nos homicídios.

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A maior baixa no Rio Grande do Sul ocorreu em Bento Gonçalves, na Serra, que em janeiro de 2021 registrou sete vítimas de assassinato e encerrou o primeiro mês deste ano com somente um caso. Logo atrás, a capital teve cinco óbitos a menos, passando de 25 para 20 vítimas (-20%), o menor total para o período desde 2010. Frente a 2018, último ano antes da implantação do RS Seguro, a queda nos assassinatos em Porto Alegre chega a 60%.

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Latrocínios reduzem 83,3% em janeiro no RS

A redução mais expressiva entre os crimes contra a vida no Estado ocorreu nos latrocínios. Enquanto o primeiro mês do ano passado havia registrado seis casos, houve apenas um em janeiro de 2022, uma queda de 83,3% e a menor marca desde que teve início a contabilização deste tipo de delito no Rio Grande do Sul, em 2002.

Comparado com o último ano antes da implantação do RS Seguro, com oito casos em 2018, o dado atual representa queda de 87,5%. No pior momento já vivenciado no Estado, em 2017, chegou a 25 o número de pessoas que perderam a vida em assaltos apenas no mês de janeiro.

Entre os fatores que contribuem para o resultado, as autoridades apontam a alta resolutividade desse tipo de crime, com rápida identificação e prisão dos autores em mais de 80% dos casos, além do acompanhamento sistemático e detalhado de cada uma das ocorrências pela GESeg, que permite executar as ações de resposta dentro do Programa RS Seguro.

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O registro do único caso de janeiro ocorreu no dia 10, em Alegrete, quando o dono de um bar foi encontrado morto no estabelecimento, no bairro Cidade Alta. Segundo familiares, o veículo da vítima foi roubado da residência que fica ao lado do bar, o que torna o latrocínio a principal linha de investigação até o momento.

Feminicídios voltam a cair

Crime que contrariou a tendência generalizada de redução nos delitos contra a vida no ano passado, os feminicídios voltaram a cair no Estado no início de 2022. O indicador, que em dezembro já havia ficado em estabilidade, registrou retração de 9,1% em janeiro, com uma vítima a menos na comparação com o mesmo mês de 2021, passando de 11 para dez vítimas. Os outros quatro indicadores de violência contra a mulher acompanhados pela SSP também tiveram redução.

Apesar da queda, o patamar ainda alto de feminicídios em janeiro mantém em alerta as forças de segurança com a intensificação de operações e cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão para recolher armas e reprimir agressores. Entre essas iniciativas, a Polícia Civil iniciou, nessa segunda-feira, 7, uma série de ações integradas no âmbito da segunda edição da Operação Resguardo, ofensiva nacional de combate à violência contra a mulher, coordenada pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

As autoridades reforçam a importância das denúncias, seja por parte das próprias vítimas, familiares, amigos e até mesmo desconhecidos, para possibilitar a ação policial logo aos primeiros sinais de abuso, de forma a romper o ciclo de violência antes que ele se encerre em um feminicídio. Em caso de emergências, o canal é o 190 da Brigada Militar. Suspeitas sobre agressões e abusos também podem ser comunicadas 24 horas por dia pelo Disque Denúncia 181, pelo Denúncia Digital no site da SSP e pelo WhatsApp da Polícia Civil: (51) 98444-0606. Em todos os casos, o anonimato é garantido.

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Pelo Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher – EmFrente Mulher, entre as diversas iniciativas para promover uma cultura de valorização do público feminino em todos os âmbitos da sociedade, foram abertas ainda em dezembro as inscrições para a segunda edição do curso Guris e Gurias: Desafios da Igualdade. Desenvolvida em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc), a formação de 60 horas em formato EAD é oferecida gratuitamente para professores de todas as redes, com o intuito de conscientizar as comunidades escolares e capacitar docentes para a abordagem sobre o tema de combate à violência contra a mulher. As inscrições devem ser feitas no Portal da Educação, da Seduc.

Além dos feminicídios, também registraram queda em janeiro os delitos de ameaça, lesão corporal, tentativa de feminicídio e estupros, com a retração mais expressiva: 35,2%.

Redução de crimes patrimoniais atinge novos recordes

Para além da queda generalizada, os indicadores de crimes patrimoniais divulgados mensalmente pela SSP alçaram outra marca em comum em janeiro: todos bateram seus recordes de redução, chegando ao menor patamar para o período desde o início de suas séries históricas de contabilização.

Nos roubos de veículos, o número de ocorrências em janeiro baixou de 549, no ano passado, para 390 neste ano, queda de 29%. Na comparação com 2018, último ano antes da implantação do RS Seguro, quando apenas no primeiro mês do ano 1.579 motoristas tiveram seus veículos levados por assaltantes no Estado, a marca atual representa retração de 75,3%.

Outro dado que ressalta o impacto do foco territorial adotado pelo RS Seguro para combater o crime onde ele mais se faz presente é a representatividade do grupo de 23 municípios priorizados na redução de roubos de veículos no Estado. Dos 159 casos a menos em janeiro, 144 deixaram de ser registrados nesse conjunto de cidades, o que equivale a 90,5% do total.

Só Porto Alegre, que integra o bloco de cidades priorizadas pelo programa, respondeu por 23% da queda de roubos de veículo verificada no Rio Grande do Sul. O número de ocorrências do tipo em janeiro na capital baixou de 198 no ano passado para 160 neste ano, retração de 19,2% e a menor marca da série histórica. Comparado com o último ano antes da atual gestão, quando houve 796 casos no mês em 2018, a diminuição chega a 79,9%.

Nos roubos a transporte coletivo, a queda no Estado se mostrou semelhante. O número de casos em janeiro baixou de 126 em 2021 para 79, uma retração de 37,3%. Nos ataques a banco, somadas as ocorrências de roubos e furtos, foi ainda mais expressiva. O Rio Grande do Sul teve apenas um caso no mês, o que representação retração de 75% em relação aos quatro registros no mesmo período do ano passado. Em 2016, no pico de ocorrências na série histórica, o número de estabelecimentos bancários furtados ou roubados no intervalo de 31 dias de janeiro chegou a 29. A ocorrência única de janeiro foi o arrombamento de uma agência bancária no centro de Rio Grande, no sul do Estado.

Também entre os crimes característicos do meio rural, o cenário em janeiro manteve a tendência de redução dos últimos três anos. O número de ocorrências de abigeato no RS foi o menor já registrado para o mês desde o início da contabilização, com 295 casos, 11,4% menos que as 333 ocorrências de janeiro do ano passado.

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