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Jane Berwanger: Covid e seguridade social

Desde que o primeiro brasileiro foi contaminado, no início de 2020, o coronavírus impactou e impacta a vida de milhões de pessoas que adoeceram, perderam familiares, ficaram sem emprego, não têm renda para sobreviver e outras tantas consequências. Isso tudo tem reflexos importantes na seguridade social, especialmente no custo para o orçamento da União.

Foi noticiado na semana passada que o INSS concedeu 37 mil auxílios por incapacidade temporária (auxílio-doença) em 2020 em decorrência da Covid-19, terceira doença entre as que mais motivaram afastamento do trabalho, ficando atrás apenas de problemas de coluna e ombro. Além do impacto de benefícios diretamente vinculados à Covid, muitas mortes levaram à concessão de pensão (o sistema não identifica a causa da morte). A quantidade de óbitos inclusive deverá impactar na expectativa de sobrevida. Em média, bebês nascidos no Brasil em 2020 viverão 1,94 ano a menos do que se esperaria sem o quadro sanitário atual no País. Ou seja, 74,8 anos em vez dos 76,7 anos de vida anteriormente projetados.

Em decorrência da pandemia, foram adotadas diversas medidas em 2020, como o adiantamento do pagamento do benefício assistencial. Os auxílios por incapacidade foram implantados com o atestado médico juntado ao Meu INSS, sem realização de perícia médica (diga-se de passagem que o INSS conseguiu ser ágil ao implantar um sistema novo em pouco tempo). Agora tem um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que busca tornar a Covid-19 doença isenta de carência. Isso quer dizer que, para a concessão do benefício, não seria preciso provar 12 contribuições mensais, bastando estar ligado à previdência (estar contribuindo ou não ter passado muito tempo desde a última contribuição).

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O Congresso Nacional e o governo se viram obrigados, para reduzir os efeitos econômicos da pandemia sobre a população, a criar um auxílio emergencial, que foi pago em 2020 em valores que chegaram a R$ 600,00 por mês e em 2021 tem o limite de R$ 375,00. Milhões de pessoas acessaram esse benefício e sobreviveram com isso. É claro que também tem aqueles que acessaram o benefício indevidamente e precisam devolver o valor. Mas é inegável a importância que teve esse benefício para a economia e a sobrevivência desses brasileiros.

Esses benefícios, somados aos gastos com saúde e com medidas de proteção aos empregos e ajuda para as empresas, geraram mais de 500 bilhões de reais de despesas. O papel da seguridade social (saúde, previdência social e assistência) é atender as pessoas em momentos de necessidade. Por isso, não era outra a solução esperada.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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