Por Jane Berwanger
Professora, doutora em Direito Previdenciário
Todas as pessoas almejam se aposentar algum dia. Alguns para realmente parar de trabalhar, outros para reduzir o ritmo e tem aqueles que querem aumentar a renda para dar conta do crescimento de despesas nessa fase da vida, especialmente com medicamentos. Há dois aspectos importantes a serem considerados para esse momento: o jurídico e o psicológico.
Do ponto de vista do Direito, o trabalhador precisa providenciar documentos e fazer os cálculos para ver quando o segurado consegue a sua melhor aposentadoria. Atualmente, é muito difícil encontrar-se um segurado da Previdência com um único emprego por toda a vida ou com carnês de contribuição pelo tempo necessário para o benefício. Geralmente, os trabalhadores passaram por várias empresas ou tiveram vários vínculos diferentes. Pode haver atividade especial, rural, etc. que pode ser computada. Por isso, é importante que se busque essa documentação com antecedência para ter tudo organizado quando chegar a época de pedir o benefício.
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Os problemas mais comuns que se encontram no INSS são de períodos que constam na Carteira de Trabalho, mas não estão no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS ou que estão com algum “indicador”, o que significa que precisam ser confirmados, como divergência na data de início do vínculo, no encerramento do contrato de trabalho, vínculos em duplicidade, etc. Também há falhas nos valores, que por vezes são diversos daqueles recebidos pelo segurado. Por um lado, o INSS está mais acessível pelos sistemas digitais, mas por outro aumentou muito o número de indeferimentos. Ou seja, conseguir requerer o benefício com mais facilidade não quer dizer que vai ser concedido. Esse ano, pela primeira vez, o INSS negou mais benefícios que concedeu.
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Especialmente aquelas pessoas que se aposentam e param de trabalhar devem ter uma segunda preocupação, além dos aspectos jurídicos para a concessão. Precisam se preparar psicologicamente para esse momento. Muitas pessoas passaram a vida centradas no trabalho, tudo girava em torno da atividade profissional. E, de repente, a pessoa se vê sem esse “centro”, se sente inútil, desmotivada, angustiada por não ter onde ir. Além disso, os filhos já cresceram e são independentes, não necessitando de atenção constante.
Já vi muitas pessoas dizendo que depois da aposentadoria vão viajar, vão descansar, curtir a vida. E por muitas vezes já perguntei: “E depois?”. E a pessoa não tem resposta. Não pensou ainda. Isso é muito ruim e arriscado. É claro que a pessoa pode estar cansada de trabalhar, do seu emprego, da luta diária, mas tem que pensar que também poderá cansar de não fazer nada.
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E quando menos você espera, o dia de falar em aposentadoria já chegou. Então, prepare-se para usufruir da melhor maneira esse momento, tanto do ponto de vista jurídico como psicológico. Assim, poderá aproveitar bem a nova fase.
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