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COLUNA

Jane Berwanger: a demora do processo

Quando um cliente contrata um advogado, está contratando um trabalho que deverá ser feito, cabendo ao advogado fazer o melhor para chegar ao resultado. É o que se chama de “contrato de meio”. É como a obrigação de fazer o melhor para a saúde do seu paciente, mas não é função do médico garantir que vai dar tudo certo, que o paciente vai sobreviver, que não terá sequelas e assim por diante.

Muitas vezes o cliente é um inimigo de si mesmo, quando ele coloca a pressa na frente da solução mais adequada. E isso prejudica um bom trabalho e, por consequência, um bom resultado.

Outro problema é que o órgão onde se busca o direito nem sempre é ágil. Podemos falar tanto do INSS (há mais de 2 milhões de pessoas esperando uma resposta) ou de qualquer órgão público que precisa dar uma resposta. Mas, no Judiciário, também alguns processos demoram muito tempo. Um exemplo é quando determinado assunto depende de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça e esses tribunais, por vezes, demoram anos para decidir.

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O cliente pressiona o advoga por uma solução, mas não há nada que ele possa fazer para acelerar o processo. O cliente por vezes compara o seu caso com o de um vizinho, um amigo… que teve uma solução rápida. Nem sempre o caso é igual. Nem sempre o procedimento foi o mesmo, o juiz pode ser outro, há muitas possíveis diferenças que podem fazer com que um processo seja julgado logo e outro demore. Se foram localidades diferentes, um juiz pode ter muito mais processos para julgar que outro. Outra situação que pode levar a uma solução diferente é que em alguns processos a outra parte recorre, em outros processos não recorre.

Parece que a fila ao lado anda sempre mais rápido. Mas como se pode ver, por inúmeros motivos, os processos podem ter caminhos diferentes. E em 99% dos casos não vai fazer a menor diferença trocar de advogado. Ele não vai fazer milagre. Infelizmente, há profissionais antiéticos que prometem uma solução para “roubar” o cliente do outro advogado e depois terão de dizer que não conseguiram resolver logo.

Por isso, quando se contrata um profissional, deve-se confiar nele. Geralmente a contratação vem por indicação de algum amigo, conhecido, que já teve êxito. Então, sugiro que as pessoas cuidem para não se iludirem com promessas falsas, com ilusões, que muitas vezes prejudicam a si próprias. É que o advogado que assume o processo na metade não sabe de tudo que se passou, das estratégias pensadas até ali. Além disso, o cliente corre o risco de pagar dois advogados, já que o primeiro contrato só pode ser rescindido se o advogado cometeu alguma falha no processo.

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Por fim, sugiro que a tentação do mais fácil, daquela promessa vazia e a ilusão de uma resposta mais rápida (por que um novo advogado faria o processo andar mais rápido?), não deixe que o resultado final prejudique o mais importante: o próprio direito.

LEIA MAIS: Jane Berwanger: tem certeza?

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