A atriz Ítala Nandi ministrou a oficina “Ser ou Não Ser, Eis a Questão” dentro da programação do 4º Festival Santa Cruz de Cinema. As aulas, com conteúdo prático e teórico, ocorreram em diferentes espaços da Unisc, nas tardes de terça, quarta e quinta-feira, 3. “Os espaços para o nosso trabalho foram maravilhosos. Conseguimos fazer muita atividade prática e, de forma sintética, dar a cronologia teórica. Tivemos resultados ótimos”, resume. Terminou os trabalhos orientando que os alunos devem seguir seus sonhos, precisam ir atrás: “Tem que se jogar na água. As pérolas existem, mas não ficam boiando”.
Natural de Caxias do Sul, é considerada um dos ícones do teatro brasileiro. Agora, além de atuar em filmes e peças teatrais, dá aulas na Escola Nandi de atores, uma instituição apta a formar profissionais da arte, com direito a solicitar DRT.
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Entende que o contato com o público santa-cruzense é um momento válido, tendo a oportunidade de fazer o resgate histórico da interpretação, que teve origem na Índia. Atuando desde 1959, viu os teatros fecharem e o público sumir com a pandemia. “Isso é uma desgraça. Vivenciei o período do governo militar, estava no Teatro Oficina, em São Paulo. Vivenciei aquele momento, mas posso dizer que a arte nunca sofreu tanto como agora. E não só por causa da pandemia.”
Ítala lamenta o que considera descaso com a cultura. “Neste ano, tinha previsão de três filmes e uma peça com aprovação da Lei de Incentivo à Cultura, mas não consegui patrocínio. Isso nunca aconteceu. Agora, aconteceu, porque está todo mundo apavorado”, relata. A atriz reforça a importância de se fazer investimento na cultura. “A cultura antecede a educação. Somos um país com origem indígena e de negros, e a nossa história deve ser respeitada”, frisa.
Sobre o festival, a atriz resume em uma palavra: “cultura”. Enfatiza a diversidade de técnicas, segmentos e visões apresentada pelos profissionais da sétima arte. “Quem está assistindo está aprendendo”, conclui.
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As oficinas terminaram nessa quinta, mas a história de Ítala com Santa Cruz do Sul pode continuar. “A cidade é muito bela, tem um vento maravilhoso, a água é muito boa. É uma relíquia. Levo só boas lembranças de Santa Cruz do Sul, porque me fez muito bem vir aqui”, enfatiza.
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