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Isolamento social provoca crise nas escolinhas

O dia 18 de março passado foi a última vez em que os 110 alunos matriculados na Escolinha da Tia Nice, no Bairro Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, utilizaram os brinquedos do parquinho de diversões. Estima-se que esta seja a realidade de outras 40 escolas particulares do município, que, seguindo as orientações do governo do Estado, fecharam no início da pandemia. Passados três meses, os empresários preocupam-se com a manutenção dos negócios, diante da redução drástica de receita.

A empresária Andrenise Mariena Schaefer, a Nice, frisa que busca manter encargos e salários em dia para 28 trabalhadores da escola. Ela conta que utilizou os programas para manutenção de emprego, como suspensão de contrato e redução de salário. No entanto, só isso não tem se mostrado suficiente. “Nós estamos dando 50% de desconto para manter os alunos. Boa parte dos pais continua pagando, mas este valor não é o bastante”, apontou Nice.

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A imprevisibilidade e a incerteza quanto à data do retorno das aulas agora são as maiores preocupações de Nice. “Poderíamos reabrir, mediante cuidados especiais. Sabemos de pais e de mães que já retornaram ao trabalho presencial e estão deixando seus filhos com outras pessoas”, destacou a empreendedora.

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O mesmo dilema vive a empresária Cláudia Cemin Becker, da Escolinha Baby Disney, localizada no Bairro Avenida. “Os custos de água e de luz reduziram. Porém, precisamos manter salários, e os impostos, que foram prorrogados inicialmente, começam a vencer a partir de julho”, disse. Cláudia revela que está preocupada. Com o fechamento da escola, em março, apenas um terço dos alunos mantiveram vínculo com mensalidade. A reabertura da instituição, que será mediante adequações, tende a ser um duplo desafio, operacional e financeiro.

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Retorno vai depender do governo do Estado
A secretária municipal de Educação, Juliana Bach, explica que o retorno das atividades educacionais seráo organizado pelo governo estadual, por meio do Modelo de Distanciamento Controlado. “Neste momento, segundo os decretos governamentais, alguns grupos da área da educação, como ensino superior e pós-graduação, e somente atividades práticas essenciais para a conclusão de curso, têm permissão de retornar às atividades”, justificou.

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Conforme Juliana, o retorno da Educação Infantil ainda não está previsto. A secretária conta que o município segue o Modelo de Distanciamento Controlado e a cor da bandeira que é aplicada semanalmente para cada região. “Quando este permitir, e seguindo as determinações quanto aos protocolos, teto de operação, ocupação e modo de funcionamento, também vamos nos programar.”

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Escolinhas podem criar modelos para a volta
Por meio de uma portaria conjunta, editada pelas secretarias estaduais de Saúde e Educação, estão descritas parte das condições para o retorno do funcionamento das Instituições de Ensino, dentre elas a criação dos Centros de Operação de Emergência em Saúde (COE). Cada escola precisa ter um. “Este centro deverá ser formado, no mínimo, por um representante da direção da instituição, um representante da comunidade escolar ou acadêmica e um representante da área de higienização”, salientou Juliana Bach.

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Assim que criados os COEs nas escolinhas, poderão ser criados os Planos de Contingência. Estes planos devem ser encaminhados por e-mail para a Educação, pelo endereço eletrônico coemunicipal@santacruz.rs.gov.br. “Estes planos e os centros já podem estar em desenvolvimento. Isto irá agilizar a retomada das atividades, assim que for permitido”, completou a secretária.

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