Comuns entre as crianças e até mesmo esperadas nesta época, as temidas doenças respiratórias motivaram preocupações ainda maiores nos pais dos pequenos este ano, em função da pandemia do novo coronavírus. Contudo, o isolamento social e o menor contato com outras crianças – entre outros motivos – têm contribuído para reduzir tanto os atendimentos médicos quanto as internações em decorrência dessas enfermidades.
De acordo com a médica pediatra Fátima Souza, a principal explicação para essa queda está na menor exposição dos pequenos a outras crianças e pessoas que estão com alguma doença, até mesmo assintomáticas. “O maior motivo de consultas, especialmente nesta época de inverno, são as viroses. De bronquiolite, por exemplo, não tive nenhum caso até agora”, ressalta. Ela acrescenta que, mesmo com as mudanças bruscas de temperatura e o frio intenso dos últimos dias, o número de consultas permanece pequeno e de baixa gravidade, provando a eficiência do isolamento social em prevenir a propagação de doenças.
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Em relação às internações na unidade pediátrica, Fátima – que também é professora do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) – afirma que a queda é ainda mais brusca. “A pediatria está vazia, na semana passada tive aula prática com os alunos na enfermaria, para ensiná-los a examinar e discutir casos, mas não havia nenhuma criança internada. Se não existem internações é porque as crianças não estão adoecendo.” Segundo ela, os poucos atendimentos têm sido resolvidos com medicamentos simples, sem a necessidade de antibióticos.
A médica aponta ainda outros fatores que compõem essa melhora nos números, como a pouca exposição dos pequenos ao frio e à chuva, bem como a alimentação mais regrada e equilibrada, que ela associa ao maior controle e atenção que os pais têm conseguido dar aos filhos nesse período de pandemia. “Observo entre meus colegas que trabalham no Cemai que a procura, tanto por consultas quanto por atendimento urgente, está mínima. Há manhãs em que são atendidas apenas uma ou duas crianças”, relata. Por fim, ela pondera que os pais e responsáveis avaliam as situações com mais calma e evitam exposições desnecessárias, buscando atendimento somente quando é inevitável.
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