O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, está deixando o comando da entidade representativa. Na tarde dessa quinta-feira, 17, ele concedeu entrevista coletiva e abordou os principais desafios e as conquistas alcançadas nos 18 anos em que esteve à frente da instituição. Uma delas é a criação do Instituto Crescer Legal, fundado em 2015 com o objetivo de apoiar a educação e a permanência dos jovens no campo. Schünke será sucedido pelo atual vice-presidente de Relações Industriais, Valmor Thesing, eleito para o período 2024-2027.
Antes da coletiva, Iro Schünke fez uma retrospectiva dos 18 anos e quatro meses em que esteve à frente da instituição, que ainda se chamava Sindifumo no início da gestão. Uma das primeiras ações foi mudar o nome para SindiTabaco, a fim de buscar uma nova identidade e facilitar a inserção em outros países.
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“A palavra tabaco existe em muitos idiomas e com escritas semelhantes, mas fumo só está presente aqui. Então precisamos mudar até mesmo para facilitar a comunicação”, afirmou. Lembrou ainda do período difícil após a proibição das propagandas de cigarro na mídia tradicional.
Outro tema abordado foi o papel do sindicato, que é defender os interesses comuns das empresas que representa. “E quando digo ‘comuns’ é excluindo a concorrência, porque se ela entra, aí começamos a ter problemas”, mencionou.
Essa postura de isenção em assuntos que dizem respeito a cada empresa, segundo ele, foi o que garantiu tranquilidade para trabalhar e a união em torno de pautas fundamentais. “A gente não quer ser divino, longe disso, mas tentamos escrever reto por linhas retas; ou seja, ser transparentes e isentos nas nossas opiniões.”
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Outra grande conquista foi transformar o SindiTabaco em uma entidade interestadual. A partir de 2010, passou a representar todos os estados brasileiros, com exceção de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, que já possuíam as próprias representações. O executivo foi ainda atuante na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco e exerceu papel fundamental na articulação da Frente Parlamentar da Agropecuária, na criação da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco) e na atuação junto às assembleias legislativas e Congresso Nacional.
Conduziu ainda uma série de estudos feitos por universidades e empresas renomadas para desconstruir narrativas falsas criadas a respeito da cadeia produtiva do tabaco. Entre eles estão a pesquisa que levou à descoberta da doença da folha verde, criação de vestimentas próprias para a colheita, dimensão da preservação da Mata Atlântica nas regiões onde há cultivo, uso de defensivos agrícolas na produção e criação e atualização do perfil socioeconômico do produtor.
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“Costumo brincar que, depois que cumprimos a missão de defender o tabaco, somos capazes de defender qualquer tema. Não há cadeia produtiva mais atacada do que essa!”
O grande orgulho de Iro Schünke é, sem dúvida, a criação do Instituto Crescer Legal. Ao falar da iniciativa, o executivo não conteve as lágrimas e evidenciou o quão importante é para ele ter contribuído para mudar a vida de mais de mil jovens aprendizes rurais e suas famílias em 20 municípios do Rio Grande do Sul e Santa Catarina – e neste ano, pela primeira vez, no Paraná. “É onde me realizo como pessoa, onde está o meu lado mais emotivo, porque me identifico muito com esses adolescentes.”
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