O clássico de maior rivalidade do Vale do Rio Pardo mexe com a paixão dos torcedores e o Ave-Cruz 113 da história movimentará os Eucaliptos neste domingo, às 17 horas, pela quarta rodada da Série A2 do Campeonato Gaúcho. O confronto também coloca dois irmãos frente a frente: o zagueiro Luís Henrique pelo lado do Periquito e o volante Carlos Eduardo no Galo. Ver os filhos em lados opostos nessa disputa gera ansiedade e deixa dividido o coração do empresário Valdomiro Assmann. Se depender dele, o empate vai ser o resultado mais justo.

Esta é a primeira vez que os irmãos se encontram por equipes diferentes. Carlos Eduardo e Luís Henrique já atuaram juntos no Valério Doce (MG) e na própria dupla Ave-Cruz. “Gera uma tensão na família, brincadeiras entre amigos, mas faz parte do futebol. Dentro de campo, cada um vai dar o seu melhor, e depois quem sair vitorioso vai poder brincar com o irmão”, comentou o volante do Galo. Para Carlos, a expectativa pelo clássico local se tornou ainda maior depois que os clubes acertaram as contratações.

“A pressão vai pegando tanto pelo lado dele quanto pelo meu. Os dois vão querer a vitória, mas sempre mantendo respeito. E que vença o melhor”, disse Carlos Eduardo, frisando que não se pode dar armas ao adversário. “Ninguém quer entregar o time. Um vai tentando especular, mas tudo na brincadeira”, afirmou. O coração do pai vai bater mais forte. “Todo mundo brinca com seu Valdomiro, perguntando para qual time vai torcer, mas acredito que torça pelo empate”, estimou.

Luís Henrique prega humildade, mas confia no triunfo. “Eu defendo as minhas cores e ele vai defender as dele, sempre procurando a vitória. É concentrar bem para esse jogo, que vai ser diferente do que eu já atuei em outros clubes”, comentou o zagueiro do Periquito. “Vai ser uma experiência nova. Espero que eu saia com os três pontos”, planejou. “Tem aquela gozação quando perde. Vamos ver como vão se portar o pai e a mãe, que estarão numa situação meio difícil, mas acho que vão torcer por um empate. Só que vou defender as cores do Avenida para tentar buscar a vitória”, reforçou.

Coração dividido nos Eucaliptos

Pai de atleta já sofre quando o filho entra em campo. Imagine no caso do empresário Valdomiro Assmann, com os dois filhos no mesmo gramado, mas em lados diferentes no Ave-Cruz 113. “O coração fica dividido. É torcer por um bom futebol. Espero que dê empate”, projetou.

Porém, se houver vencedor, ele estima que tudo fique em paz depois. “É deixar acontecer. Se tiver vitória de um lado, se leva numa boa. O importante é ver eles fazendo o que mais gostam, que é jogar futebol”, ressaltou o empresário.