A elaboração de plano de intervenções para restauração da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Rio Pardo, foi concluída pelo arquiteto responsável Edegar Bittencourt da Luz. Após minuciosa pesquisa e levantamento dos danos na edificação, o profissional apresentou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) os projetos arquitetônicos, restauros elétrico, hidrossanitário, vitrais, retábulos, pinturas murais e acervo móvel, além do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e alarme, necessários para a futura restauração do templo, seguindo todas as exigências legais para a realização de qualquer obra no bem tombado. Após a análise técnica, o órgão de preservação do patrimônio aprovou a proposta.
Construída entre 1774 e 1779, a edificação faz parte do patrimônio tombado pelo Município, em 1980, e pelo Iphae, em 2010, e simboliza a história viva da colonização portuguesa na região do Vale do Rio Pardo. A igreja, projetada pelo engenheiro coronel Francisco João Roscio, que integrou uma comissão de demarcação de fronteiras, foi inaugurada em 1779. No entanto, o templo levou quase 100 anos para ser concluído e ter a forma atual.
LEIA TAMBÉM: Projeto busca apoio financeiro para restaurar a Igreja Matriz de Rio Pardo
Publicidade
A estrutura foi sofrendo intervenções de reorganização funcional e estética, influenciadas por distintos momentos da história. A finalização ocorreu somente em 1885, quando os arquitetos italianos Corso Serafim e Vicente Prato decoraram o interior e concluíram a segunda torre.
A construção rústica, com 1.756 metros quadrados, possui sete altares de madeira de origem barroca e sacadas. Além dos detalhes arquitetônicos que registram a memória do município, a Igreja Matriz possui um importante acervo, onde se destacam as imagens religiosas de Nossa Senhora do Rosário; Nossa Senhora das Dores; Santa Bárbara; São Benedito, da Irmandade dos Homens Pretos; Espírito Santo; Nossa Senhora da Conceição; Santa Maria; São Francisco de Paula; São Miguel e Santo Antônio, em estilo barroco tardio.
LEIA TAMBÉM: VÍDEO: Matriz tem arquitetura eclética e muita história
Publicidade
No templo, também há pinturas murais internas feitas por especialistas italianos, possivelmente na técnica de afresco, forro em madeira policromada com destaque para as imagens dos quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João), e de Maria e Jesus Cristo, a imagem articulada em cedro policromado do Senhor Morto – Jesus Cristo na Cruz – e um crucifixo em madeira policromada e mausoléu do Barão do Triunfo (monumento funerário onde esteve sepultado o general Andrade Neves, militar rio-pardense do século 19).
Para viabilizar o estudo de intervenções para restauração da igreja, houve o patrocínio das empresas Sulgás e Medlive – associada ao Grupo Conesul –, por meio do financiamento da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Sistema Pró-Cultura do governo do Estado. A captadora de recursos Jacqueline Sanchotene, da Jac Sanchotene Marketing Cultural, atuou na prospecção dos patrocínios.
LEIA TAMBÉM: VÍDEO: o museu que guarda a memória e a fé de Rio Pardo
Publicidade
“Ao auxiliarmos na preservação do patrimônio histórico e artístico do Rio Grande do Sul, estamos contribuindo para que os gaúchos conheçam a sua história e que possam se apropriar dos símbolos que fazem parte de sua identidade social. É parte de nossa missão apoiar iniciativas que estimulem o conhecimento desses bens e valores culturais tão importantes, como é o caso do projeto de restauro da Igreja Nossa Senhora do Rosário, de Rio Pardo, que retrata, por meio de sua arquitetura, a contribuição do povo açoriano para formação do Rio Grande do Sul”, ressalta o diretor-presidente da Sulgás, Carlos Camargo de Colón.
O diretor da Medlive, Geferson Tolotti, observa que a empresa opera em parceria com projetos que promovam o fortalecimento da cultura e história regionais, além de desenvolver ações de responsabilidade socioambiental. “Contribuir com estes nobres objetivos é contribuir para o futuro”, destaca.
LEIA MAIS: VÍDEO: série conta a história de Rio Pardo, um dos quatro primeiros municípios do RS
Publicidade
Após a aprovação da análise técnica do Iphae, a próxima etapa será o encaminhamento do projeto para obter o aval das leis incentivo à cultura para posterior captação de recursos e execução da obra. Todas as etapas do processo são acompanhadas e fiscalizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A Cult Assessoria e Projetos Culturais, especializada na gestão de projetos ligados ao patrimônio arquitetônico, conduz a iniciativa desde o início.
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
Publicidade
This website uses cookies.