Oito meses após a suspensão do plantão pediátrico do Instituto de Previdência do Estado (IPE) em Santa Cruz do Sul, uma nova medida foi tomada pelo convênio a fim de buscar saídas para o caso. Está marcada para 8 de junho uma reunião entre o presidente do IPE, Otomar Vivian, e o diretor do Hospital Ana Nery, Gilberto Gobbi. O encontro servirá para discutir uma solução para retomar o serviço no município. Até agora, entretanto, não se sabe qual poderá ser o teor da proposta do instituto. Gobbi apenas adiantou que “estará receptivo” a ouvir as sugestões do plano e, posteriormente, avaliar o que pode ser feito.
O caso vem dando o que falar em Santa Cruz desde que a professora e coordenadora-adjunta da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), Janaína Venzon, encaminhou um abaixo-assinado ao Ministério Público com 2.192 adesões. A intenção dela e de todos os servidores públicos que assinaram o documento foi cobrar a volta dos atendimentos. Depois disso, audiências foram feitas e o último episódio ocorreu quando a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado suspendeu a cobrança da multa de R$ 2 mil por dia ao IPE. Ela havia sido estabelecida em razão de o instituto não aumentar a disponibilidade de consultas eletivas e tampouco retomar os atendimentos de emergência pediátrica, conforme o prazo previsto – à época, fixado em 12 de abril. A justificativa do IPE era de que a multa iria onerar suas reservas, prejudicando os usuários.
Segundo Janaína, que acompanha o andamento do caso semanalmente, é preciso resolver a situação com urgência, pois com a chegada do inverno a tendência é que os postos de saúde fiquem cada vez mais lotados. “Não quero tirar a vaga de quem precisa. Quero poder usufruir de um serviço que eu pago. Para mim, o IPE está fazendo uma economia na saúde e não está se importando com os usuários”, afirma. Desde que o plantão foi suspenso, Janaína tem levado os filhos Henrique, 5 anos, e Vinicius, 9, ao Cemai. Outra alternativa tem sido consultar a pediatra dos pequenos via WhatsApp .
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Outra que vem se virando como pode é a secretária executiva Fabíola Ritt. Mãe de Isabele, 2 anos, ela também leva a filha ao Cemai, porém reclama da demora. “Sempre fomos muito bem tratadas lá. O problema é a espera. Se antes éramos atendidas em até cinco minutos, agora demora bem mais”, afirma.
Outra questão que incomoda Fabíola é a pouca oferta de pediatras para consultas eletivas em Santa Cruz. Atualmente, apenas uma profissional atende pelo plano. A solução encontrada pela santa-cruzense foi buscar atendimento no Serviço Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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O plantão pediátrico do IPE foi suspenso depois que a Unimed – que cedia espaço para o IPE em suas dependências, no Hospital Santa Cruz – se transferiu para o Ana Nery. Após a suspensão do serviço, a única pediatra conveniada ao IPE no município afirma que a demanda por consultas aumentou em seu consultório. Segundo a profissional, que preferiu não se identificar, hoje as consultas só podem ser marcadas para a metade de julho. “O paciente que esperava entre 15 e 20 dias para ser atendido no consultório, hoje precisa aguardar até um mês e meio”, informa. Segundo ela, também aumentou o número de mães que a contatam via telefone.