Cerca de 2,8 mil famílias do interior de Santa Cruz do Sul devem ser beneficiadas por uma série de projetos que visam garantir a oferta de água potável. Os trabalhos são realizados pela Prefeitura em várias localidades. Uma das ações mais significativas é a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) em São Martinho, que está em andamento. Serão 107 famílias atendidas por uma extensão da rede de 36,25 quilômetros.
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O trabalho teve início após estudos realizados pela Secretaria do Meio Ambiente, que constataram a urgência de melhor abastecimento na região. A rede hídrica vai contar com dois reservatórios denominados “pulmão”, que irão realizar a distribuição para a rede de São Martinho. O investimento inicial, obtido por meio do programa Finisa III, é de R$ 2 milhões, mas poderá receber aditivos ao longo da obra. A previsão de término é em março de 2024.
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Outro projeto que vai mudar a entrega de água para moradores do interior é a ampliação da rede hídrica de Linha Brasil, que se iniciou há duas semanas. Com recursos próprios do Município, o Departamento Municipal de Redes Hídricas (Demurh) da Secretaria de Meio Ambiente está efetuando a ampliação em um quilômetro e meio da rede que vai interligar as localidades de Linha Justo Rangel, Linha Brasil e Monte Alverne. Segundo o coordenador do Demurh, José Luiz Zambarda, a população deve usufruir do abastecimento em cerca de 90 dias.
Conforme o diretor de Obras Distritais da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Adair Goettems, esse investimento vai ajudar significativamente quem vive em Monte Alverne. “Temos uma demanda maior de água no local, por isso estamos fazendo uma ligação com o poço de Justo Rangel. Monte Alverne está crescendo, então, com essas intervenções, esperamos resolver essa demanda que se arrasta há anos”, afirmou.
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Além das novas redes, os moradores do interior são contemplados com a instalação de reservatórios. Um deles fica em Alto Linha Santa Cruz, que teve sua base reformada em 2021. Ele possui 50 mil litros de capacidade e é abastecido pelo Poço “Kiwi”. O reservatório pulmão beneficia cerca de 240 famílias e atende também parte do Distrito de Boa Vista. A necessidade de instalação da cisterna ocorreu devido ao aumento do uso da água na região. “Dobramos a capacidade de 20 mil para 50 mil litros, então terminou o problema que tinha em relação à reservação”, explicou José Luiz Zambarda.
Ainda conforme o coordenador do Demurh, a localidade tinha problemas de abastecimento que foram sanados pela colocação da caixa d’água com maior capacidade. “Uma tarefa conjunta com a subprefeitura, Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria da Agricultura que contemplou a comunidade.”
A estimativa é de que cada família utilize em média 800 litros por dia. Em caso de problemas com o poço, o reservatório pode ficar de dois a três dias sem precisar ser reabastecido.
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No Distrito de Boa Vista e Alto Boa Vista, os moradores são beneficiados por um reservatório de 100 mil litros que possui uma Estação de Tratamento (ETA). A estrutura atende cerca de 270 famílias, e sua água vem direto da nascente. Todas as redes hídricas de Santa Cruz do Sul possuem estações de tratamento, que são exigidas por lei. No momento, o município tem em torno de 40 pontos de captação, entre poços e nascentes.
Em Linha Felipe Nery, um antigo reservatório foi desativado e deu lugar a um novo de 25 mil litros. Ele foi instalado há cerca de dois meses e atende em média 40 famílias. O morador Derli João Hildig, 58 anos, conta que antes de instalarem o primeiro equipamento, no início dos anos 2000, a situação era difícil. “Em período de estiagem era ainda pior. Mas dávamos um jeito e pegávamos água em uma vertente”, relembrou.
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Acompanhado de sua neta, Ana Clara, o morador disse que a vida mudou após a instalação do reservatório. O investimento é de grande valia para ele, que reside no local há 32 anos junto da família. “É uma segurança. Para nós foi essencial. Não tivemos mais problemas depois dessa melhoria. A água é de boa qualidade, limpa”, declarou Hildig.
O secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Cesar Cechinato, disse que o desenvolvimento rural é tratado como prioridade no governo. “Dar condições para que os agricultores possam investir em suas propriedades começa com questões básicas, como o acesso à água tratada.” Investir tanto em reservatórios como em instalação de redes hídricas previne para futuras estiagens e proporciona qualidade de vida para a população, afirmou.
A convite da Prefeitura, a Gazeta do Sul acompanhou as obras feitas na rede hídrica na terça-feira. Durante a visita, técnicos realizaram o serviço de coleta para verificação da qualidade da água, que é feito diariamente. Pela manhã, um dos pontos em Linha Felipe Nery foi visitado pela operadora de Estação de Tratamento de Água, Franciele Mayer, e a química da Secretaria de Meio Ambiente, Anike Virgili.
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De acordo com Anike, são verificados em média cinco pontos por dia, em razão da distância de cada um. “Vamos ao local, fazemos a coleta e na hora realizamos uma análise de cloro para ver o que podemos fazer”, explicou. Em alguns lugares, é necessário ir toda a semana para fazer o reabastecimento de cloro e flúor, dependendo do resultado das amostras. “Quando vemos que deu um problema, passamos na estação de tratamento para saber o que está acontecendo.”
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Em Santa Cruz, existem 24 pontos de coleta. “Geralmente, pedem para a fazermos próximo a lugares com maior aglomeração de pessoas. Vamos sempre no mesmo local, para conseguir uma boa amostragem”, acrescentou Anike. Para manter a água com qualidade, após coletas de amostras e visita às estações de tratamento, o serviço é finalizado com análises físico-químicas e bacteriológicas em laboratório próprio.
As análises são remetidas ao Departamento dos Recursos Hídricos do Estado, conforme José Luiz Zambarda. O serviço realizado pela Secretaria de Meio Ambiente atende às normativas técnicas estaduais e federais, nas quais é precisar observar padrões de potabilidade. “Todas as redes e postos possuem a preocupação do fornecimento de um produto de qualidade e atendimento às necessidades legais com relação ao tratamento”, apontou.
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