A Polícia Civil concluiu que cinco pessoas, entre inquilinos e familiares de Luis Machado, de 46 anos, assassinado a machadadas no último dia 2, têm envolvimento no crime. O homicídio aconteceu dentro de uma lavoura na Rua Victor Frederico Baumhardt, no Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz do Sul. Nessa sexta-feira, 27, foram presos em Boqueirão do Leão um jovem e a companheira dele, de 19 anos, que eram inquilinos da vítima.
O casal, que estava na residência de familiares, foi conduzido ao Presídio Regional. Uma adolescente de 16 anos, sobrinha da vítima, foi apreendida no Bairro Santa Vitória e encaminhada à Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) de Porto Alegre. Um mandado de internação provisória também foi expedido contra o enteado de Machado, de 14 anos, que morava com ele. Porém, o menor não foi encontrado. Um outro jovem, de 19 anos, namorado da sobrinha, irá responder pelo crime em liberdade.
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O quinteto foi indiciado por homicídio qualificado pelo delegado Alessander Zucuni Garcia, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Santa Cruz do Sul. Um sexto indivíduo, que inicialmente teria concordado com a ideia de assassinar Machado, terminou desistindo do plano no momento de aplicar os golpes na vítima e não foi indiciado pela Polícia Civil, apenas ouvido como testemunha.
De acordo com Alessander, o crime teria sido motivado por desavenças por causa do aluguel. Luis Machado morava em uma casa do Corredor Schuck, Bairro Dona Carlota, com a mãe e o enteado – a esposa havia falecido cerca de um mês antes do crime. Na casa ao lado moravam os outros quatro indiciados, incluindo a sobrinha da vítima.
“A vítima ficava cobrando-lhes o aluguel e se utilizava de certas situações, como desligar a água da casa ou a luz, para forçá-los a pagar. Nisso começou o atrito, com agressões verbais, principalmente entre a sobrinha e a vítima, que culminaram nesse desfecho trágico”, disse o delegado.
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O caso chocou os moradores do Bairro Dona Carlota. Os acusados deixaram a moradia com medo de represálias de vizinhos e familiares da vítima, que logo suspeitaram deles. O carro utilizado no crime teria sido avariado, tendo os pneus furados.
Encarregado do assassinato desistiu na primeira tentativa
Segundo a polícia, Luis Machado era usuário de drogas e bebia com frequência. As investigações da 2ª DP apuraram que, na noite do crime, os envolvidos o convidaram para sair em busca de entorpecentes. Pouco depois da meia-noite, Machado e quatro envolvidos saíram de carro pela Rua Victor Frederico Baumhardt, no sentido bairro-Centro.
Em certa altura do trajeto, os assassinos inventaram que o veículo havia ficado sem gasolina. Luis ficou de buscar ajuda com um amigo nas redondezas e saiu a pé. O plano do bando era assassiná-lo nesse momento, porém, um dos participantes desistiu e o quarteto retornou para casa, deixando Machado nas imediações do Corredor Morsch, ainda no Bairro Dona Carlota.
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Neste primeiro momento, a jovem que viria a ser presa nessa sexta-feira e o homem que vai responder em liberdade não estavam no carro. Na volta, os cinco indiciados pelo crime teriam conversado e decidido, por fim, que deveriam dar cabo de Luis. Na segunda tentativa, já com os cinco dentro do veículo, a vítima foi abordada por volta das 3 horas, nas proximidades de uma lavoura de tabaco.
O enteado de 14 anos teria investido contra o padrasto com um machado e acertou o primeiro golpe. Desnorteado, Luis buscou se defender e correu para a lavoura, mas foi alcançado, derrubado e golpeado violentamente no corpo e no rosto. Segundo a polícia, quatro pessoas participaram da ação na lavoura, e o quinto – o namorado da sobrinha, que era o motorista – ficou no carro, à espera.
Depois, os cinco seguiram em direção a Vera Cruz e jogaram o machado no Rio Pardinho. Depois, ainda teriam ido a um encontro entre amigos ao ar livre. A Brigada Militar encontrou o corpo às 8 horas do mesmo dia do crime. “É um caso que se torna chocante devido à participação desses parentes da vítima e pela cena bárbara, com golpes de machado no rosto. O fato de eles terem ido a uma festa na sequência só demonstra a frieza, sem ressentimento nenhum”, comentou o delegado.
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Enteado continua foragido
A sobrinha de Luis Machado, de 16 anos, era namorada do rapaz de 19 que foi o motorista do veículo na noite do homicídio, e que irá responder em liberdade. “Esse homem teve uma participação de menor importância na ocorrência, pois só dirigiu seu próprio carro na noite do crime, não participando da agressão na lavoura. Como ele também colaborou com a investigação, eu não representei pela prisão preventiva”, explicou o delegado responsável pela 2ª DP. Onze testemunhas foram ouvidas no inquérito. Único participante no crime que não prestou esclarecimentos à polícia, o adolescente de 14 anos, enteado de Machado, continua foragido. “Já estamos adotando providências no sentido de localizá-lo”, finalizou Garcia.
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