A chegada do inverno e do frio é o momento ideal para a realização das podas de diversas plantas. No ambiente urbano, as árvores passam pelo procedimento em passeios públicos, parques e praças, para evitar problemas na fiação. No campo, é tempo de os produtores se prepararem para a poda que tem a finalidade de dar regularidade à produção de frutos.
Em Santa Cruz do Sul, o Projeto Poda Programada tem como objetivo a convivência harmoniosa das árvores com outros elementos, como a rede de transmissão de energia elétrica e telefônica, edificações e placas de sinalização. Em parte do ano a equipe faz serviço de supressão, e na outra parte executa as podas, na época propícia à cicatrização vegetal. O manejo é ideal nas plantas com ramos desvitalizados ou que estejam em conflito com edificações ou outras estruturas.
O calendário do serviço funciona com rodízio nos bairros, já que não é necessário podar anualmente, como na fruticultura. Na arborização urbana, o período deve ser maior do que três anos. A poda é a manutenção da copa na sua forma mais natural e íntegra possível, conforme a bióloga Daiane Geiger, da Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass). “É preciso desmistificar a cultura de que as árvores necessitam de podas todos os anos. Ela deve ser realizada somente para adequar as árvores ao local que ocupam”, afirma.
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Conforme Daiane, somente a Semass ou terceiros certificados pela secretaria podem fazer podas no passeio público. Proprietários de residências devem consultar a lista de podadores credenciados. No caso de árvores exóticas, não se requer licença, mas para as nativas é necessário. O material recolhido após as podas deve ser encaminhado ao aterro vegetal no Parque de Eventos.
Também é preciso ter cuidado com as podas drásticas, nas quais há remoção de mais de 30% da copa. “O autor está sujeito a multa de R$ 100,00 a R$ 1 mil por árvore. Na cidade, somente são admitidos podadores cadastrados na Semass para manejo das árvores na calçada”, ressalta a bióloga. Já o descarte irregular dos resíduos vegetais na via pode resultar em multa mínima de R$ 5 mil.
Poda Programada
Neste ano, as ações de corte, como supressão total e abate completo da árvore, seriam realizadas até abril, mas foram suspensas em março em função da pandemia. O período de poda vai de maio a agosto. No mês de julho, os bairros contemplados serão Ana Nery, Bonfim, Faxinal Menino Deus e Pedreira, além de manutenções nos corredores de ônibus e no Túnel Verde.
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Frutíferas
No campo, as principais espécies frutíferas que demandam poda de inverno são pessegueiro, ameixeira, pereira, figueira, caquizeiro e videira, além de mirtilo, romã, amora e goiabeira, explica o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Vivairo Zago. “A poda, neste período do ano, é chamada poda seca ou de frutificação e deve ser complementada com a poda verde na primavera.”
O período começa no inverno e se estende até o fim de agosto, variando de acordo com a espécie e a região. “Por exemplo: a videira é podada em agosto, na primeira quinzena nos locais de menor altitude e na segunda nos lugares com maior altitude. As primeiras espécies a serem podadas são ameixeiras e pessegueiros, iniciando pelas variedades mais precoces”, salienta.
Durante a poda, é possível conduzir a planta em formas distintas, ou mantê-la mais baixa para favorecer a colheita e os tratos fitossanitários, além de permitir a melhor incidência de luz do sol, que favorece a qualidade dos frutos e reduz o risco de doenças. “Retira-se ramos em excesso, quebrados ou doentes. Através da poda, são selecionados ramos mais vigorosos e assim se regulariza a produção da planta, ou seja, se produz frutos de melhor qualidade, tamanho e sabor.”
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Entre os cuidados necessários estão conhecer a técnica e os procedimentos corretos para a poda, além de fazê-la no período certo. Também é preciso desinfectar ferramentas a cada planta podada para evitar a transmissão de doenças não controláveis. Quando eliminar ramos, é preciso fazer um corte raso, permitindo que a casca da planta cubra o ferimento causado.
Quanto ao respeito às fases da lua para a poda, Zago explica que não existe nenhum dado científico comprovando a influência lunar nos fatores de produção, ou na qualidade dos frutos. “No entanto, respeita-se o conhecimento popular. Quem acredita que a lua influencia faça a poda de acordo com o conhecimento que possui. Quando se trata de pequenas áreas, pode-se dar ao luxo de respeitar a fase da luas.”
O agrônomo aponta ainda que os agricultores podem procurar a Emater de seu município para fazer demonstrações de poda e qualificar a técnica. “Outro procedimento associado é a adubação do pomar, que deve ser feita todos os anos assim que se inicia a brotação das frutíferas, após a poda”, ressalta Zago.
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