A estação considerada a mais fria do ano começa oficialmente neste sábado, 20, às 18h44, e se estende até as 10h31 do dia 22 de setembro. A primeira noite de inverno será a mais longa do ano, com 14 horas de escuridão e apenas 10 de luminosidade. O fenômeno astronômico, conhecido como solstício, marca a chegada da estação no Hemisfério Sul. A previsão, segundo a MetSul Meterologia, é de que este inverno seja menos rigoroso, com dias mais amenos ou até quentes.
A meteorologista Estael Sias esclareceu que os próximos dias serão de calor intenso. “A variação térmica é normal, mas a temperatura nestes dias vai ficar acima da média”. Conforme ela, a variação se deve a uma situação de bloqueio causado por ventos do norte. “É um corredor de vento quente, atuando em direção ao Sul do Brasil, e empurrando a chuva para a fronteira do Uruguai. E parte do Rio Grande do Sul ficará sob influência desse calor, que foge do normal para a época do ano”, afirmou.
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A primeira massa de ar polar deverá chegar à região somente no dia 27 de junho, quando a temperatura mínima registrada deverá ficar em cerca de 7 graus. Já a previsão é de que a chuva ocorra entre a terça e quarta, dias 23 e 24 junho, respectivamente. “ Será uma chuva forte, generalizada, e com alto risco de temporais e raios”, enfatizou. A nova estação vai ter influência do El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas no Oceano Pacífico. “O fato de o Pacífico estar mais frio do que o normal poderá favorecer a geada tardia, o que para o setor agrícola é uma situação de risco. Além disso, vai provocar chuvas mais irregulares do que o normal”, frisou. As consequências, em seu entender, serão mais percebidas aqui no Estado entre a primavera e o verão.
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Estael reforçou que a grande variação térmica costuma deixar as pessoas com imunidade baixa, aumentando o risco de doenças, sobretudo para crianças e idosos.“Vamos ter momentos em que a temperatura deverá variar de 30 graus para zero em poucas horas, e quem mora na região vai ter de estar preparado para tudo.” A grande variabilidade térmica aumenta também o risco neste inverno, em comparação a outros, de tempestades com vendavais, raios e granizo.
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O clima frio e a Covid-19
Embora muito se refere que o clima pode ter influência significativa na propagação do vírus, o médico infectologista Marcelo Carneiro explicou que a maior influência na transmissão não acontece devido à temperatura, e sim pela circulação e pela aglomeração de público. “Muitas pessoas têm dificuldade em abrir a janela no inverno e deixar arejar o ambiente. O risco da doença respiratória é a contagiosidade domiciliar, de uma pessoa contaminada passar para outra”, afirmou.
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O frio, segundo ele, prejudica o sistema imunológico, e as vias respiratórias ficam mais danificadas e os epitélios mais ressecados, o que provoca as infecções. “Favorece uma predisposição para que tenhamos uma complicação respiratória. Se levarmos em conta que a grande incidência de casos de Covid ocorreram na Amazonas, onde o calor ocorre o ano inteiro, a afirmação de que com o frio o vírus aumenta é muito frágil”, enfatizou.
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