Regional

Interrupção de acessos é um dos principais problemas do turismo pós-enchentes na região

A Associação de Turismo da Região do Vale do Rio Pardo (Aturvarp) apresentou o resultado de uma pesquisa de amostragem – feita com parte dos empreendimentos turísticos da região – sobre os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e no Vale do Rio Pardo, apontou que a falta de acesso aos municípios e empreendimentos, por conta de queda de barreiras, pontes e estradas, seguido dos danos materiais aos espaços são os principais problemas do turismo regional no contexto atual. Uma das ações necessárias é a retomada das atividades, assim como o reforço à campanha “Vale do Rio Pardo: Viva essa experiência”, em favor do turismo local.

Conforme o presidente da Aturvarp, Djalmar Ernani Marquart, a força-tarefa organizada em conjunto com a Associação Pró-Turismo de Santa Cruz do Sul (Aprótur), mapeou por amostragem a realidade dos empreendimentos turísticos no pós-enchentes. “Conseguimos reunir informações de uma parcela dos municípios, que traduzem de forma real os principais problemas causados pelo clima ao turismo, que na maioria dos municípios da nossa região tem uma característica rural. A dificuldade de acesso, por meio da logística prejudicada (28% das causas apontadas) somada aos prejuízos materiais nos empreendimentos (20% das respostas) estão entre os maiores problemas levantados”, explica.

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Marquardt relata que, em terceiro lugar, – com 16% das respostas – danos às plantações e as áreas de reserva das propriedades aparecem como dificuldade aos empreendedores. “Mesmo sendo uma amostra pequena, ao todo 23 empreendedores conseguiram responder às questões, a pesquisa revela que há uma grande dificuldade no segmento que precisa se reerguer. De todos os ouvidos, apenas um relatou ter seguro do espaço. Este é um ensinamento que fica, assim como uma missão da Associação em conseguir identificar alternativas com empresas que operem seguro patrimonial”, pontua.

Estragos aos imóveis (12%) e prejuízos relacionados ao mobiliário das propriedades (8%) também são parâmetros apontados na pesquisa apresentada durante a reunião mensal da entidade, realizada no Café na Colônia, na propriedade Sítio da Tia Maria, localidade de Monte Alegre, no interior de General Câmara, na área de divisa com Vale Verde. “Vamos ter que recorrer aos programas oferecidos pelos governos estadual e federal para que seja possível oferecer ajuda àqueles que foram duramente atingidos pelo clima. É um momento que exige muita resiliência de quem trabalha na área do turismo e a Associação, assim como os municípios precisam acompanhar este movimento pró-retomada das nossas atividades”, destaca o presidente da Aturvarp.

Foto: Rodrigo Nascimento/Nascimento MKT

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Reação necessária ao turismo regional

Além de acompanhar o movimento de recuperação dos empreendimentos turísticos da região, seja por meio de ações institucionais ou no contato com entidades de crédito, fomento e governamentais, a Aturvarp também busca parceiros para engrossar a divulgação da campanha de valorização do turismo regional. A ação “Vale do Rio Pardo: viva essa Experiência”, lançada em dezembro do ano passado, é um dos meios de divulgação dos empreendimentos locais.

“Precisamos mostrar que a retomada já está acontecendo. Isso se dará por meio da divulgação de roteiros, eventos e atrações, mas muito também a partir da nossa campanha. Para ela, buscamos parceiros que possam viabilizar a divulgação de peças publicitárias e informes relacionados ao setor em todo o Estado”, ressalta Djalmar Ernani Marquardt, presidente da Aturvarp.

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Outro fator favorável à retomada diz respeito à manutenção de grandes eventos turísticos e culturais na região. “Santa Cruz realiza no fim de semana a Festa das Cucas, logo na sequência tem a Construarte. Em Vera Cruz teremos em julho a Feira da Produção. Todas estas ações são importantes para manter viva nossa característica de região que realiza grandes eventos”, pontua Marquardt.

A necessidade de aeroportos

Além de prejudicar estradas e acessos locais, as enchentes de maio inviabilizaram a operação do Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre. Principal porta de entrada aérea do turismo, a dificuldade de reabertura do modal aquece o debate também acerca de alternativas regionais. “Vínhamos de uma operação com 600 voos diários. Hoje, com a realocação de pousos e decolagens, mantém-se uma média que é inferior a 10% disso. Este debate precisa ser criado, com medidas para os próximos 30 e 40 anos”, aponta o presidente Djalmar Ernani Marquardt.

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Entre elas está a expectativa de melhoria no Aeroporto Luiz Beck da Silva. Com a confirmação da Prefeitura de Santa Cruz sobre a licitação para o balizamento noturno – instalação de dispositivos que permitem a operação do espaço em 24 horas – há uma perspectiva de ampliação dos serviços aéreos na região. “Outro ponto é pensarmos na ampliação da pista e na instalação de outros equipamentos de voo, para tornar o nosso aeroporto um local seguro para um maior número de aeronaves e tipos de voos. A aviação é uma das grandes forças incentivadoras do turismo”, complementa o presidente.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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