Deive da Silva chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu e morreu
Morando há quase seis anos no Centro de Tratamento e Apoio a Dependentes Químicos de Carazinho (Cetrat), o santa-cruzense Deive da Silva, de 47 anos, era apontado por todos como um exemplo de superação. Ele, que foi um dos mortos no trágico incêndio que atingiu o estabelecimento na noite dessa quinta-feira, 23, foi um dos internos que acabou sendo escolhido para ser um monitor.
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Em entrevista concedida no mês passado para a Rádio Gazeta de Carazinho, Deive falou sobre os benefícios do Centro de Tratamento na sua vida. A fala ocorreu durante laçamento da Campanha Aquece, voltada para doações de agasalho na comunidade local. “O Cetrat restaura a vida de muitas pessoas e restaurou a minha. Eu sou uma pessoa que tive na drogadição desde pequeno, com 12 anos comecei. Hoje estou com 47 e estou no Centro desde meus 41 anos e foi aqui que restitui minha vida, com muitas atividades e trabalhando a espiritualidade”.
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No Cetrat, os internos recebiam um atendimento especializado para evitar o retorno ao mundo das drogas. As atividades incluíam palestras, oficinas, cultivo de horta e incentivo ao estudo e ingresso no mercado de trabalho. “Me identifiquei com a comunidade, me identifiquei com o trabalho deles, com o dia a dia da casa. Isso tudo me causou arrependimento do que fazia antes e me fez mudar minha vida. Deixo pra trás o que ficou e agora só avanço”, disse Deive na entrevista, mencionando que há poucas semanas havia concluído os estudos pelo Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Além de Deive, que chegou a ser resgatado, mas morreu durante atendimento no hospital, Luiz Eduardo Ribeiro, de 32 anos, outro santa-cruzense, perdeu a vida no incêndio. Além deles, homens de Campos Borges, Vila Lângaro, Espumoso, Carazinho, Não-Me-Toque, Constantina e Alto Alegre também morreram.
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Um dos feridos, Jeferson Silveira, que também é santa-cruzense, teria inalado fumaça e tem o quadro de saúde mais grave. Ele está internado no hospital de Carazinho.
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