Nascido no ano de 1930, em Ibarama, na época ainda um distrito, Moacyr Ângelo Tolotti morou por sessenta anos no município de Sobradinho e há 20 reside em Candelária, no Vale do Rio Pardo. Estudou apenas até o quarto ano primário e agora, aos 88 anos, descobriu que navegar na internet é um passatempo inteligente e fantástico.
Com exclusividade à Gazeta da Serra, Moacyr relatou como é o seu dia a dia no mundo online, que começou com o celular e agora se concentra no notebook. Suas preferências estão em músicas clássicas e orquestras, documentários e filmes antigos.
Colaboração: Betty Lazzari
Como isso começou, seu Moacyr?
Moacyr: Tudo começou quando meu filho Tunico me presenteou com um telefone destes que faz mais coisas além de falar. Ele me mandava mensagens e quando me ligava eu podia ver seu rosto. Logo me ensinaram a também repassar as mensagens recebidas pelo “zap zap”. Fui pegando gosto pelo brick e fui mexendo a ponto de ver que o telefone podia fazer muitas outras coisas. Descobri que eu podia ver filmes e até “bang bang” antigo e orquestras do meu tempo, e assim por diante. Este telefone me entretinha o dia todo, até que minha filha Betty me pegou olhando um filme pelo celular e morreu de dó. “Tadinho do pai, olhando filme pelo celular”. Ela me presenteou com um notebook, e agora sim, posso ver tudo numa visão bem maior.
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O senhor pegou logo o jeito?
Moacyr: Não. No início foi bem difícil. Além das aulinhas que a Betty me deu, quando eu me aperto eu vou num amigo, o Hélio Goelzer, que me ajuda e tem paciência comigo. E cada pessoa mais jovem que chega aqui em casa eu sempre peço umas dicas e aos poucos vou pegando o jeito.
O que o senhor mais gosta de acessar, de ver?
Moacyr: Quando me ensinaram que no YouTube tem tudo, me deliciei, e passo meus dias pesquisando coisas interessantes. Outro dia passei uma tarde inteira vendo documentários sobre o Canal do Panamá, desde sua construção até os dias de hoje. Noutra ocasião pesquisei sobre a muralha da China. Gosto também de pesquisar sobre o sistema solar, planetas, galáxias, constelações e cometas.
O senhor também aprecia uma boa música?
Moacyr: Sim, quando vi que tem orquestras do meu tempo, seguidamente as ouço e adoro André Rieu, Julio Iglesias, Paul Mauriat, Richard Clayderman, orquestras europeias com concertos ao ar livre, também são lindas.
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E quanto aos filmes?
Moacyr: Sim, todos os dias assisto uns dois ou três. Gosto mais dos antigos “fartwestão”, porque estes de ficção eu quase não entendo e também tem que ser dublado, porque não acompanho mais a rapidez das legendas.
Então o senhor considera a internet uma maravilha?
Moacyr: Sim. Sem sair de casa, bem acomodado na minha poltrona eu viajo por todo o mundo e não gasto nada. Agora entendo porque a juventude não larga seu telefone. Ali tem tudo!
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