A proposta das debêntures (títulos de dívidas) foi reprovada pelo Conselho Deliberativo do Internacional. A direção previa mais prazo e juros menores para quitar débitos, dando um “respiro” ao fluxo de caixa. A autorização foi apreciada em sessão na noite desta segunda-feira, 16, no Beira-Rio, e acabou recusada por 161 votos a 159. As garantias de pagamento aos credores seria, em ordem: arrecadação do quadro social, bilheterias, fundo de reserva e o Beira-Rio. E foi esse o ponto mais forte para levar o projeto à derrota.
A diretoria do Inter previa a arrecadação de R$ 200 milhões a serem pagos em cinco anos (com um de carência). Os juros seriam de 6% mais correção do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, uma taxa de juros que é utilizada em operações financeiras entre bancos e que pode ser usada para calcular correção monetária). O valor a ser pago ficaria em cerca de R$ 6 milhões por mês a partir de 2026. Atualmente, o Inter gasta em juros 12% mais correção do CDI. Segundo os cálculos da gestão, a economia em cinco anos seria de R$ 100 milhões.
Com a rejeição do projeto, redução de custos e venda de atletas, por exemplo, são expressões que, cada vez mais, farão parte do vocabulário da gestão. Um dos pontos críticos que levou o projeto à derrocada foi a colocação do Beira-Rio como garantia em caso de não pagamento ao investidores. A diretoria sustentava que não havia risco de perder o estádio para os credores, já que ele era a quarta camada a ser utilizada em caso de quebra. Antes do Beira-Rio, seriam utilizados a arrecadação do quadro social, as bilheterias e o fundo de reserva. Contudo, a ideia não foi adiante.
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O resultado foi uma derrota política ao presidente Alessandro Barcellos. O dirigente prometeu encontrar com seus pares uma nova forma de enfrentar as dívidas. Uma das medidas será vender jogadores, mesmo que isso impacte no resultado esportivo na próxima temporada. O Inter tenta fechar o ano com, pelo menos, mais R$ 65 milhões em vendas para minimizar o impacto do déficit, projetado em R$ 44 milhões.
“É necessário enfrentarmos isso de uma outra forma. O remédio é mais amargo. Eu não tenho dúvida que o remédio é mais amargo porque não existe mágica no futebol. As medidas serão tomadas, nós vamos trabalhar. O Plano B é buscar a redução, sim, de custos. É a venda de atletas necessária para que o clube sobreviva, para que a gente possa pagar as contas que não foram pagas ao longo do ano, muitas delas por conta das enchentes. Foram mais de R$ 90 milhões gastos ou não arrecadados. Isso nos leva, infelizmente, a tomarmos essas outras alternativas até que gente possa buscar uma solução mais definitiva”, comentou.
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