Polícia

Instituto-Geral de Perícias trabalhou por 23 horas ininterruptas após incêndio em Carazinho

Quando as chamas cessaram, pouco sobrou do Centro de Reabilitação de Dependentes Químicos (Cetrat), no Bairro Vila Rica, em Carazinho. O local, que recebia homens para tratamento contra o vício em drogas e álcool, foi atingido por um incêndio na noite da última quinta-feira, 23. Mas muito havia a ser feito pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). A tragédia mobilizou vários departamentos, para apontar as causas do incêndio e identificar os mortos. Foram 23 horas de trabalho ininterruptas e nove servidores mobilizados. 

O trabalho começou ainda na madrugada. Uma equipe do Posto de Criminalística de Passo Fundo – formada por perito criminal e fotógrafo criminalístico – entrou no local assim que recebeu a autorização do Corpo de Bombeiros. O primeiro objetivo era localizar os corpos e fazer o levantamento fotográfico necessário para que eles fossem retirados o mais rapidamente possível. Oito corpos foram localizados. Eles estavam junto às paredes e próximos à porta de saída.

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Na manhã seguinte, outra equipe do Posto iniciou o trabalho pericial para identificar a dinâmica e a extensão do incêndio, e com isso, apontar as causas da tragédia. Para isso, o primeiro objetivo foi localizar o foco inicial do sinistro. “Pelas características da construção é possível observar onde está mais queimado e como o fogo se espalhou, o que ajuda a determinar o foco”, conta o perito criminal Catiano Plaquitken, que trabalhou por quase três horas no local. Outros pontos observados foram as entradas e saídas da edificação, além da presença de obstáculos que impedissem a passagem.

Depois da perícia no local, o trabalho continua com a observação das mais de 170 fotos tiradas no Cetrat. O perito também deve ter acesso aos depoimentos dos sobreviventes. “É uma perícia complexa, porque envolve muitos fenômenos físicos. A destruição também dificulta a coleta de vestígios”, complementa. O caso está sendo tratado como prioridade e o laudo deve ficar pronto em menos de 30 dias.

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Identificação

Os corpos das vítimas foram levados para os Postos Médicos-Legais do IGP em Carazinho, Passo Fundo e Soledade, para realização das necropsias e dos procedimentos de identificação. Uma pessoa foi identificada pela comparação da arcada dentária com uma ficha fornecida pelo dentista. O estado dos corpos, no entanto, não permitiu a identificação de nove vítimas.

Os materiais genéticos de todos foram coletados e levados para o Departamento de Perícias Laboratoriais, em Porto Alegre. No laboratório, as amostras serão processadas e inseridas no Banco de Perfis Genéticos (BPG/IGP). Da mesma forma, as amostras cedidas pelas famílias serão colocadas no Banco, em busca do match, ou seja, que o sistema aponte a coincidência genética. Depois que as amostras são coletadas, o processo pode levar até 30 dias.

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Somente após essa identificação o corpo pode ser liberado para os procedimentos fúnebres. Por enquanto, seis estão em gavetas individuais e numeradas no cemitério de Carazinho, sob custódia do Estado. Outros três permanecem no Posto Médico-Legal de Passo Fundo.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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