A tarde dessa terça-feira, 16, foi de grandes expectativas para as famílias do interior de Vera Cruz. Até o mês de dezembro, 24 filhos de agricultores integram o Programa de Aprendizagem Profissional Rural. Por meio da educação, a proposta incentiva os jovens a identificar e desenvolver oportunidades no campo.
Criado pelo Instituto Crescer Legal – iniciativa do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) que completa nove anos de fundação em abril –, o projeto oferece qualificação aos adolescentes por meio de um curso voltado ao empreendedorismo e à gestão rural. Neste ano, são contemplados 167 jovens de sete municípios. Destes, 50 são do Vale do Rio Pardo.
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Durante a tarde de terça, em Vera Cruz, os alunos receberam os crachás de jovem aprendiz rural. A entrega ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Jacob Blész, em Linha Henrique D’Ávila, sede das atividades do programa. Além da formação, iniciada em março, os aprendizes recebem um salário proporcional à carga horária do curso, de 20 horas semanais (totalizando 800 horas), e a certificação. Porém, ao invés de trabalhar, realizam atividades teóricas e práticas nas escolas e em suas propriedades rurais, durante o contraturno escolar. Dessa forma, eles têm o dia voltado ao aprendizado, sem saírem do campo e da escola.
As aulas são ministradas pela educadora rural Vanessa Ferreira Baise, que integrou a primeira turma do programa, em 2015. Formada em Educação do Campo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Vanessa diz que a iniciativa ajudou “a abrir os olhos” para as possibilidades do meio rural. “Muitas vezes não enxergamos as oportunidades, mas o projeto nos faz tirar a venda do nosso olhar e nos mostrar os potenciais do campo.”
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Durante a cerimônia, o presidente do instituto e do SindiTabaco, Iro Schünke, saudou os agricultores por permitirem que os filhos participassem do programa. “Vocês estão dando um exemplo. Mantenham os jovens na escola, deem a eles o máximo de conhecimento possível.” Também firmou um compromisso com os jovens, para que aproveitem a oportunidade e possam se reencontrar na formatura.
O Instituto Crescer Legal, a partir da aplicação da Lei da Aprendizagem e da validação do Ministério do Trabalho, usa cotas das empresas associadas e apoiadoras – todas indústrias do setor do tabaco – para contratar os jovens aprendizes que integram o programa. No entanto, ao invés de trabalhar, eles permanecem no campo para, no contraturno escolar, participar do curso de Gestão Rural e Empreendedorismo.
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A estudante Bianca Luisa Wink, de 14 anos, não imaginava que o seu futuro poderia estar na propriedade rural do pai, o agricultor Franclin Wink, de 44. No entanto, após iniciar o programa de Aprendizagem Profissional Rural, sua perspectiva mudou. “O curso abriu minha cabeça e me fez querer ficar na propriedade”, afirmou.
Desde março, Bianca conheceu um novo mundo por meio dos aprendizados diários do curso. Após obter o seu certificado, pretende se matricular numa escola rural para dar continuidade aos negócios da família. A atitude da filha deu ânimo ao pai, que produz tabaco em uma área com cinco hectares em Vila Progresso. “Nos deu uma luz, porque trabalhamos para que no futuro eles possam assumir”, disse.
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