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Instituto Crescer Legal completa dois anos neste domingo

Fundado em 23 de abril de 2015, o Instituto Crescer Legal completa seu segundo ano de atividades com muito a comemorar. Iniciativa do Sinditabaco e suas empresas associadas, a entidade tomou forma com o apoio e adesão de pessoas envolvidas com a educação e o combate ao trabalho infantil, em especial em áreas com plantio de tabaco, na Região Sul do País. As principais metas são oferecer subsídios para que o jovem permaneça e se desenvolva no meio rural, e possibilitar oportunidades para combater o trabalho infantil no campo.

O combate ao trabalho infantil é uma das maiores preocupações dos gestores do programa. Entre os desafios relativos ao tema na zona rural, especialmente na agricultura familiar, está a falta de estrutura e de chances para os jovens. Ao mesmo tempo, nota-se uma grande ansiedade dos produtores diante da falta de oportunidades para os filhos que concluíam o ensino fundamental.

“Ao longo dos anos, percebemos que a escassez de escolas rurais é um grande problema no campo. Junto com as drogas e ociosidade, isso acaba contribuindo para uma postura cultural de valorização do trabalho, incentivando crianças e adolescentes a atividades inapropriadas para sua idade. O trabalho de conscientização é necessário para que os pais passem a valorizar a educação, mas também precisamos de políticas públicas para fortalecer as escolas no meio rural”, afirma Iro Schünke, presidente do Sinditabaco e diretor-presidente do Instituto Crescer Legal.

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É nesse cenário que o piloto do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, primeira grande ação do instituto, começou a cumprir seus objetivos. A Região Sul do País é o foco neste início de trabalho e abrange, por enquanto, Candelária, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol, Venâncio Aires e Vera Cruz.

Adolescentes de 14 a 18 anos são o público-alvo, que compõe cinco turmas. Atualmente, os cem jovens aprendizes rurais participam das atividades do curso Empreendedorismo em agricultura polivalente – gestão rural no contraturno escolar e recebem salário proporcional a 20 horas semanais, além de certificação e demais direitos previstos pela Lei de Aprendizagem, com atividades teóricas e práticas em gestão nas suas comunidades.

“Essa é a primeira vez que jovens do meio rural são contratados pela Lei da Aprendizagem sem sair do campo e da escola. Acreditamos que a gestão é o caminho para que o meio rural se desenvolva. Em apenas dois anos de existência, podemos dizer que já estamos promovendo mudanças na vida desses jovens”, avalia Schünke.

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Com cinco educadores sociais e uma educadora líder, o projeto-piloto também envolve os familiares dos jovens, seja por meio de visitas pedagógicas programadas ou em seminários nas localidades. Segundo a coordenadora do instituto, Nádia Solf, estreitar a relação entre educadores, aprendizes e familiares potencializa os resultados. “O programa foi desenvolvido para caminhar de forma articulada com a família, a escola e a comunidade. Por isso a importância de estar com as famílias periodicamente, apresentando o andamento do projeto e conhecendo o jovem dentro do seu ambiente”, explica.

O que dizem os aprendizes

Eu sou, com muito orgulho, filha de produtores rurais, e muito ouvia falar em trabalho infantil, que não poderia ter isso no meio em que a gente vive… só que nunca se oferecia algo para a gente fazer. E o instituto nos ofereceu. 

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Maira Carolina Petry, 17 anos, de Vera Cruz, primeira colocada no Concurso Literário para Aprendizes 2016 – categoria Prosa, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e Fórum Gaúcho de Aprendizagem Profissional.

A oportunidade que o instituto nos deu é mais que um curso: é um conhecimento que levaremos para a vida, um espaço para compartilhar ideias, aprender a conviver em grupo, onde podemos conhecer outras realidades e reconhecer o valor que tem a pequena propriedade. 

Edilaine Scherer, 18 anos, jovem aprendiz de Candelária.

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O que mais me motiva a participar do curso são as oportunidades que podem surgir. Vamos aprender novas maneiras de diversificar a produção rural. 

Cássio Roesch, 17 anos, jovem aprendiz de Santa Cruz do Sul.

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