A pandemia do novo coronavírus forçou a parada nas atividades da maioria das instituições de Santa Cruz do Sul, assim como ocorre em outros locais. Escolas e clubes centenários do município já enfrentaram momentos difíceis no passado e conseguiram retomar as atividades algum tempo depois.
No Colégio Mauá, fundado em 1870, foram poucos momentos que exigiram a suspensão das aulas como está acontecendo em 2020. Conforme o diretor Nestor Raschen, o primeiro registro é de aulas suspensas entre 15 e 30 de junho de 1910 em função de um surto de tifo. Havia internos na época que tiveram que voltar para suas casas. “Nos 150 anos de história, em nenhuma outra oportunidade houve parada tão grande como a que estamos vivendo neste ano.”
Já durante a 2ª Guerra Mundial, a instituição não chegou a ser fechada, mas teve que mudar de nome. Chamava-se Colégio Synodal e, em 1942, passou para Instituto Visconde de Mauá, porque não era permitido nome que tivesse alguma ligação com os imigrantes alemães. Mais tarde, em 1949, a escola passou a se chamar Colégio Mauá. O único outro momento de fechamento registrado foi em 2009, durante o surto de H1N1, quando a escola ficou fechada durante duas semanas no início de agosto.
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“Neste ano que seria de muitas comemorações, estamos tendo que nos reinventar com as atividades remotas. Tem sido um grande desafio. Estamos assim já durante dois meses e ainda sem previsão de retorno. Dependemos das autoridades governamentais para poder voltar às atividades presenciais”, explica Raschen. Atualmente são 2.060 alunos – maior número de todos os 150 anos de história do Colégio Mauá – realizando as atividades domiciliares.
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O Colégio Marista São Luís, fundado em 1903, também está com as atividades suspensas desde 17 de março. De acordo com a assessoria de imprensa da instituição, uma busca foi realizada em livros, mas o único momento de parada das atividades localizado ocorreu em 1940. Em 1º de outubro daquele ano um forte temporal durante a madrugada acordou os internos. As aulas foram suspensas e uma ala do prédio ficou danificada com uma inclinação de 13 centímetros, que exigiu uma reforma posterior.
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Em 2009 não chegou a haver paralisação por conta da gripe A, mas a escola passou orientações a educadores, estudantes e responsáveis sobre os cuidados como uso de álcool gel, manter os ambientes arejados, lavar as mãos e ter etiqueta respiratória. No momento, as atividades estão ocorrendo de forma remota por meio da plataforma Marista Virtual 3.0 e com o auxílio de outros aplicativos, e ainda sem data para o retorno presencial.
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Clubes também suspenderam atividades
O Clube Aliança, que iniciou as atividades em 1896, não tem registro de fechamento em momentos no passado, de acordo com o vice-presidente Irineu Overbeck. No entanto, durante o período da gripe espanhola em 1918, há registro de que os associados que jogavam bolão precisavam usar máscaras. Na época, o clube, que ainda se chamava Aliança Católica, tinha reuniões e encontros antes da missa quando todos os participantes também usavam as máscaras, inclusive na igreja.
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Para Overbeck, o momento do clube é difícil, já que os investimentos que estavam previstos para 2020, especialmente na sede campestre, deverão ser adiados. “A situação é bem complicada. Estamos oferecendo benefícios aos associados para que sigam pagando, mas demos férias e tivemos que suspender os contratos de funcionários.”
Já no Clube União – hoje União Corinthians –, fundado em 1866, não há certeza a respeito de fechamento. Conforme o presidente, Marco Jardim, o União tem 154 anos e passou pela epidemia de gripe espanhola, mas não há registros sobre isso. Nos últimos anos, o único momento de suspensão das atividades antes da pandemia da Covid-19 foi em 2013 após a tragédia na Boate Kiss, em Santa Maria, quando o tradicional Carnaval realizado nas sedes do clube não aconteceu.
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