Os três veículos da Brigada Militar (BM) na frente da sede do Legislativo demonstraram que a plenária da última segunda-feira, 6, na Câmara de Vereadores de Passo do Sobrado foi tensa. Dentro do prédio, mais de 40 atletas, com a camisa de times de futebol amador, protestavam contra uma proposta aprovada em sessão extraordinária na quarta-feira, 1º. Dois agentes da BM reforçaram a segurança, além de outros três que esperavam na rua.
O projeto de lei autoriza a administração municipal a conceder incentivos à empresa RS Atelier de Calçados. Além de R$ 12 mil para a companhia investir em maquinário, o Município garante a cessão de uso do Ginásio Municipal Ernani Weber por dois anos, prorrogáveis pelo mesmo período. Na tarde de segunda-feira, a área desportiva havia sediado partida dos Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (Jergs), que não puderam ocorrer no Ginásio Rui Barbosa, pelas más condições da quadra em dias chuvosos.
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Em troca do benefício que impede práticas esportivas no espaço público, a fábrica de calçados garante pelo menos 35 empregos por oito anos. O governo municipal ainda fica responsável por adequações no Ernani Weber para possibilitar a instalação da indústria. A cessão de uso foi aprovada com cinco votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção. Até a noite dessa terça-feira, 7, o site da Câmara de Vereadores ainda não tinha a ata da sessão extraordinária.
Os manifestantes contrários à instalação da fábrica levaram denúncias ao Ministério Público (MP). Eles questionam a legitimidade do ateliê, aberto há 20 dias, para gerar os empregos prometidos. Conforme Willian Cassiano Ferreira, o caso está nas mãos do promotor Érico Barin, da promotoria de Santa Cruz do Sul.
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Ferreira afirma ter descoberto – e postado nas redes sociais – a intenção do Município em doar o ginásio à iniciativa privada. A publicação teria gerado comentários na comunidade e obrigado o prefeito Edgar Thiesen a responder. “A proposta agora é a geração de 150 empregos diretos para montagem final do calçado, uma terceirização direta com a Beira-Rio de Mato Leitão”, afirmou o chefe do Executivo em vídeo propagado em aplicativos de mensagens.
Os manifestantes ainda suspeitam que a vereadora Célia Fonseca (PTB) tenha sofrido retaliação por se abster na votação. “Na sexta-feira, sem maiores explicações, fui exonerada e transferida de escola”, disse a parlamentar durante a sessão legislativa. Já os vereadores da base governista destacaram a necessidade de criar empregos para o município se desenvolver. Marlene Haas (Progressistas) disse que 92 pessoas já enviaram currículo para a nova fábrica. A Gazeta do Sul tentou contato com o prefeito, mas não obteve resposta.
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O responsável pela terceirizada disse que precisava consultar a Calçados Beira Rio antes de conceder entrevista. No entanto, não obteve resposta da empresa a tempo. A Beira Rio, por sua vez, enviou a seguinte nota à Gazeta: “RS ATELIER DE CALÇADOS LTDA. é um dos prestadores de serviços dentro da cadeia produtiva do calçado no Estado (…) não cabe ao tomador de serviços exarar qualquer manifestação sobre o tema, pois jamais interfere na administração de seus fornecedores, uma vez que são empresas autônomas e independentes”.
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