Santa Cruz do Sul

Inspiração: funcionárias de escola realizam sonho de lecionar

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Assmann, no Bairro Belvedere, em Santa Cruz do Sul, tem pelo menos duas histórias de superação. São exemplos de pessoas que buscaram seus objetivos e estão realizadas com suas profissões. Trata-se das professoras Mauren Saloés Schuh, 44 anos, e Josiane Queiroz, 37 anos.

Ambas são mães e já atuavam na instituição de ensino, mas em diferentes áreas. Viam, no entanto, no magistério a possibilidade de realização. Para isso, precisariam garantir a formação na área pedagógica, que foi o que fizeram.

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A diretora, Aline Andreolli, resume a trajetória. “Mauren sempre foi muito organizada, atuando na secretaria, que é como se fosse o cérebro da escola. Em janeiro, ela me procurou dizendo que havia sido nomeada”, conta. “Josi trabalhou 12 anos na escola, sempre muito solícita preparando o alimento das crianças, desde o café da manhã, almoço até o lanche, a preocupação e organização com tudo”, recorda.

Aline reforça que todas as profissões são valorosas, mas o fato de ir atrás do que se pretende é fundamental. “A gente não pode ficar estagnado e precisa acreditar que tem potencial. Às vezes, é um pouco difícil, porque são muitas as batalhas a vencer, mas tendo foco, firmeza e coragem a gente consegue”, aponta.

“Dava aulas particulares para as filhas das vizinhas”

Mauren Saloés Schuh é natural de Pelotas e se diz santa-cruzense de coração. Formada em Magistério, no Ensino Médio, iniciou a graduação em Pedagogia em 1999. “No meio do curso, resolvi parar para fazer outra graduação, mas em 2014 resolvi retomar, me formando em 2017”, recorda.

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Mauren Saloés Schuh escolheu atuar com as crianças da pré-escola | Foto: Albus Produtora

Estar na sala de aula era o seu sonho. “Lembro da minha adolescência, por volta dos 14, 15 anos, dava aulas particulares para as filhas das vizinhas, onde morava! Hoje percebo que é algo que sempre esteve comigo, adormecido por algum tempo”, conta. Ela optou pela pré-escola no momento de prestar prova em concurso público, por entender que é uma etapa base para o desenvolvimento durante a vida escolar.

“É um sentimento de entusiasmo, gratidão e coragem diários, pois os desafios são todos os dias, mas recheados de muito afeto dos pequenos”, explica. Mauren frisa o apoio recebido em casa, em especial do marido Cacius, que a encorajou para que pudesse passar pelo processo de retomada do curso.

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Hoje Mauren atua em duas escolas, o que faz a sua rotina ser bem atribulada, mas nada que a desanime. “Nunca podemos desistir de nossos sonhos, mesmo quando eles estão adormecidos, quando temos que retomar algo deixado para trás. Quando acreditamos, vale a pena”, incentiva.

Do alimento físico ao conhecimento

Josiane Queiroz é mãe de duas meninas. Concursada na rede municipal de ensino, atuou durante 12 anos como servente, providenciando a alimentação das crianças na escola. “Sempre tive vontade de ensinar, de ser professora, mas como filha de uma família de nove irmãos, as condições para cursar uma faculdade não eram as mais favoráveis”, lamenta.

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Josi Queiroz trabalhou como servente | Foto: Albus Produtora

As dificuldades continuaram na fase adulta, fazendo com que repensasse, em alguns momentos, a continuação dos estudos. Trabalhar, cuidar da casa, da filha pequena e estudar foi um desafio a ser vencido.

“Estudava durante os intervalos, na hora do almoço. Mas é muito gratificante estar aqui, alimentando sonhos, saberes, informações e conhecimentos.” Josiane destaca que serviu lanches e almoços para os que hoje são seus alunos e até para alguns pais de estudantes.

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Com todos os contratempos, ela vê que ter o seu diploma e agora poder lecionar não foi nada em vão. As noites mal dormidas e os exaustivos dias de trabalho e estudo valeram cada segundo. “Quando entro na Emef e vou para a sala de aula, sei que estou colhendo frutos. Continuarei estudando e focada no meu futuro, sempre dando o melhor para ir além e com apoio da família e amigos”, adianta.

As histórias de Mauren e Josiane resultam em inspirações. Uma delas é evidenciada na mensagem que Josiane recebeu e compartilha, orgulhosa: “Passei pra te dizer que sempre te admirei, tu que me ensinou a ler e escrever quando a mãe não tava, depois de grande te vi te formar professora e seguindo o teu caminho, tô vindo te dizer que tô fazendo Magistério pra dar aula, também, nos anos iniciais”.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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