Produtores de tabaco do Centro-Serra preparam uma manifestação na tarde deste sábado, 12, em Linha São João, no interior de Ibarama, em busca da união da classe diante da insatisfação quanto à comercialização da safra atual. A mobilização ocorrerá na propriedade de Mateus Teichmann, nas proximidades do salão da comunidade, a partir das 14 horas. A expectativa é reunir pessoas de toda a região que sofrem com a mesma situação. Durante o ato serão seguidos os protocolos de prevenção da Covid-19, como uso de máscara, álcool gel e distanciamento.
Os agricultores Marcelo Secretti e Mateus Teichmann, moradores de Linha São João, informaram esta semana em entrevista à Rádio Gazeta FM 98,1, de Sobradinho, que a mobilização dos produtores pretende reivindicar uma classificação mais justa do tabaco. Secretti disse que o preço praticado pelas empresas no início da comercialização era baixo, mas muitos agricultores foram induzidos a vender a produção diante do possível fato de que havia muito produto para ser comprado pelas indústrias.
Atualmente, segundo Secretti, o que se vê é totalmente o oposto do que ocorreu no começo da comercialização da safra. “Agora está sendo pago pelas empresas um valor acima da classe. Infelizmente, o preço pago hoje ainda vale menos do que realmente deveria valer, mas é superior ao pago no início da compra.”
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Os fumicultores deixaram claro que não estão criticando aqueles que vendem o produto atualmente. Inclusive dizem esperar que os colegas ganhem o maior valor possível em cima do tabaco, mas acrescentaram que buscam uma valorização de todos os produtores de forma igualitária. Secretti observa que entre ele e Teichmann foram perdidos em torno de R$ 60 mil, considerando o preço praticado no início da comercialização e o valor de agora para o mesmo produto.
Os fumicultores esperam que seja possível construir uma união entre os fumicultores por meio da mobilização. “Não estamos unidos a nenhuma entidade, será uma manifestação organizada somente pelos fumicultores. Estaremos lá para ouvir os agricultores, para que eles exponham o que aconteceu nas suas vendas, apresentem seu exemplo”, explica Teichmann.
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As entidades representativas dos produtores de tabaco – Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná – divulgaram nota oficial na tarde de sexta-feira, manifestando o descontentamento com a comercialização do tabaco da safra 2020/2021. Conforme a manifestação, desde o início da compra, as empresas fumageiras empregaram grande rigidez na classificação. A partir da primeira quinzena de maio, quando 80% da safra já estava comercializada, as indústrias mudaram o sistema de compra, valorizando as classes e aumentando o valor pago por quilo de tabaco.
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As entidades representativas deixam claro que de forma alguma são contra o produtor de tabaco ser bem remunerado por seu produto. “Porém, não podemos aceitar as mudanças nas políticas de compra que, na safra atual, foram de uma grande rigidez para uma completa abertura de valorização, o que trouxe consideráveis prejuízos financeiros aos produtores que já haviam comercializado, parte ou toda, a sua produção. Também enfatizamos a necessidade de, em todas as safras, a compra sempre ser dentro da classe e seguir um mesmo padrão de valor do início ao fim da comercialização, trazendo uma valorização justa e equilibrada para todos os produtores”, destacam as entidades.
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Com relação a essas mudanças na comercialização, as entidades representativas dos fumicultores exigem que as empresas revejam suas posições e estudem uma forma de bonificar os produtores de tabaco prejudicados. As entidades permanecem à disposição para negociar essa bonificação.
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