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INVESTIGAÇÃO

Inquérito sobre acidente que matou Pedro Mans será concluído em setembro

Foto: Reprodução/Facebook

Um dos casos de maior repercussão nos últimos anos, a morte de Pedro Mans segue causando grande comoção em Vera Cruz e região. Nas redes sociais, são inúmeras as mensagens de saudades, posts de lembranças e frases de lamento pela perda precoce do jovem de 20 anos. Embora a angústia por não ter o ente querido por perto seja evidente, as dúvidas sobre o que teria acontecido naquela madrugada trágica de 2 de agosto também permanecem na cabeça dos familiares e amigos de Pedro.

Neste sábado, completam-se 20 dias do fato e a Polícia Civil continua trabalhando no inquérito que investiga as circunstâncias do acidente que vitimou o jovem. De acordo com o delegado Paulo César Schirrmann, a tomada de depoimentos já foi concluída e 13 pessoas foram ouvidas, entre testemunhas, socorristas que atenderam a ocorrência e o motorista envolvido no acidente.


“Poucas vezes ouvimos tantas pessoas em um caso de trânsito. A análise está praticamente concluída, resta apenas receber os laudos periciais dos veículos envolvidos para finalizar. Ainda no mês de setembro quero encerrar esse inquérito”, ressaltou Schirrmann. As perícias, que analisam o estado dos pneus, parte elétrica e estragos gerais, e fornecem estimativas da velocidade dos veículos no momento da colisão, encontram-se a cargo do Instituto Geral de Perícias (IGP), de Porto Alegre.

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O inquérito policial sobre o acidente que vitimou Pedro Mans irá definir se o delegado indicia ou não o motorista que dirigia o automóvel envolvido na colisão com a moto pilotada pelo jovem. Um dos itens analisados pela Polícia Civil no inquérito é o exame de necropsia no corpo do motociclista.

Não havia nenhuma câmera nas redondezas do local do acidente, e não foi realizado o teste de alcoolemia no motorista do Fiat Punto. Inicialmente levantada como uma possibilidade pelo delegado Paulo Schirrmann, a reconstituição do acidente foi descartada. “Estávamos tentando produzir uma prova que detalhasse como foi o acidente, no entanto, não houve viabilidade técnica e preferimos não fazê-la”, afirmou.

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“Não tenho raiva do motorista”, diz o pai, Paulo Mans

Acompanhando o trabalho da Polícia Civil desde o ocorrido, o pai de Pedro, Paulo Mans, relata a dificuldade que vem sendo continuar a vida sem a figura do filho ao lado. “É uma ficha que não cai. Faz uma semana que voltei a trabalhar, minha esposa Kátia já voltou antes e, às vezes, se nos focamos no trabalho, acabamos tirando um pouco do pensamento. Mas é muito difícil perder ele assim de uma hora para outra”, disse Paulo.

“Eu saio todos os dias de manhã para trabalhar, e ele vinha comigo de carona. Acabo me pegando em lágrimas, como em um filme que passa na minha cabeça, vendo ele sentado ali, na cadeira do carona.” Segundo o pai, as irmãs Ana Paula e Amanda Luiza também estão muito abatidas. “Elas se abraçam no casaco dele, querem dormir na cama dele. É um momento bem difícil e complicado para digerirmos. Felizmente, temos muitos amigos com quem a gente conversa e isso acaba aliviando um pouco a dor.”

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Paulo: “Acabo me pegando em lágrimas” | Foto: Alencar da Rosa

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Sobre as investigações em andamento, Paulo disse que, no momento, tem poucas respostas. “Apenas ficamos sabendo informações de pessoas das redondezas, de comentários sobre um possível racha de carros que estava sendo feito no local, mas são detalhes que a investigação vai dizer”, salientou Mans, que afirmou não guardar rancor, apesar da dor. “Não tenho raiva do motorista do carro, não tenho nada contra ele. Mas se ele tiver a culpa confirmada diante do que a investigação concluir, deve ser responsabilizado, pois agora foi um filho meu, amanhã pode ser de outra pessoa.”

De acordo com Paulo Mans, a Brigada Militar lhe informou que o bafômetro não estava funcionando no dia do acidente. “Por isso, acredito que uma punição simples, se comprovado que houve culpa, seria custear a manutenção do bafômetro por cinco anos, ininterruptamente. Não é justo, como nesse caso, quando se precisa da ferramenta para ajudar a comprovar algo, que ela não esteja funcionando”, comentou o pai.

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Outra punição sugerida por ele é uma indenização ao Estado e Município. “O Pedro estudou em escola pública. Esses professores foram pagos pelo Estado ou pelo Município para prepararem ele para a sociedade. Mas isso é um sonho, alguns podem dizer. No fim, dinheiro nenhum vai trazer meu filho de volta, porém, as pessoas iriam pensar duas vezes antes de fazer algumas loucuras por aí.”

Relembre

Pedro Mans morreu às 21 horas do dia 2 de agosto, um domingo, no Hospital de Pronto Socorro de Canoas, para onde foi transferido após receber atendimento no Hospital Vera Cruz. O acidente do qual foi vítima envolveu dois veículos: um Fiat Punto branco e uma motocicleta Honda CG Titan azul, que ele conduzia. A colisão aconteceu por volta das 4h15 na estrada de Vila Progresso, Vera Cruz.

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O motorista do carro teve apenas escoriações leves. Pedro, no entanto, sofreu graves lesões. Já em Canoas, fez uma cirurgia onde recebeu mais de nove litros de sangue, após ter uma das pernas amputadas. Acabou não resistindo aos ferimentos e morreu vítima de um choque hemorrágico, em razão de politraumatismo de membros.

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