Regional

Iniciativa de prevenção ao trabalho infantil transforma cadeirante em capoeirista

O programa global Alcançando a Redução do Trabalho Infantil Pelo Suporte à Educação (ARISE), da Japan Tobacco International (JTI), há 11 anos tem como objetivo gerar oportunidades nas comunidades locais e reduzir o trabalho infantil nas comunidades produtoras de tabaco. Além disso, fortalece a inclusão, a diversidade e a presença de crianças em escolas.

Uma das parceiras do programa é a Escola Municipal de Ensino Fundamental Jovino Ferreira Fiuza, localizada em Sitio Alto, Arroio do Tigre. Beneficiado pelo programa desde 2017, o educandário possui cerca de 28 alunos participantes na oficina, sendo três deles portadores de alguma deficiência.

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Luís Gustavo, 10 anos, é um desses alunos. Ele participa das oficinas de capoeira no colégio há pouco mais de um ano. Sua mãe, Fátima Cardoso, agricultora, disse estar animada com a integração do filho nas atividades.

“Ele já tinha irmãos que faziam aulas de capoeira. Eu já queria que ele participasse quando as professoras o convidaram. No início, era mais tímido e pouco falava, mas as professoras começaram a colocar ele para participar e ele foi interagindo. Hoje, não perde uma aula de capoeira e ama estar lá. Ele se sente uma pessoa importante”, comenta Fátima. 

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A mãe de Luis também conta que ele sempre foi um menino mais ativo, contudo, a inserção em outros esportes foi mais difícil antes da participação por meio do ARISE. “Ele sempre gostou muito de futebol, de brincar com a bola, mas sempre enfrentava dificuldades por conta da locomoção. Já na capoeira, a cadeira de rodas é uma aliada”, explica.

Um dos momentos que mostram a verdadeira inclusão, servindo de exemplo a ser expandido para além dos muros da escola, é que na vez de Luis Gustavo realizar a sua apresentação, os colegas sentam-se no chão para ficar na altura de seus olhos.

Segundo a diretora da instituição, Nadiesca Pradella, a escola só teve ganhos com as oficinas de capoeira. “Nós conseguimos adaptar as atividades para todos participarem, e os outros alunos também têm muita educação, respeito, carinho e vontade que todos participem das aulas”, conta.

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Uma das principais dinâmicas do Programa ARISE é baseada em promover atividades no contraturno escolar, ou seja, quando as crianças não estariam mais em sala de aula. Nesse momento, são oferecidas nas escolas parceiras oficinas de informática, esporte, música, dança, audiovisual e horta escolar além de cursos de técnicas agrícolas, educação ambiental e gestão financeira e rural.

Essas ações auxiliam na integração de todos que participam, promovendo inclusão e oferecendo oportunidades que seriam restritas sem esse olhar à educação voltado à adaptação de atividades, o que melhora a inserção nos grupos de amigos e famílias.

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Outra frente de atuação está ligada à capacitações sobre trabalho infantil, assuntos correlatos e assuntos de conhecimento para formação pedagógica a professores, gestores de escolas e Rede de Proteção da Criança e Adolescente nos municípios parceiros do ARISE.

De 2012 para cá, já tiveram mais de 137 mil participantes nos eventos de conscientização sobre o trabalho infantil, cerca de 3 mil professores foram treinados sobre o tema e, aproximadamente, 30 escolas se beneficiaram das melhorias oferecidas pelo programa. Em 10 anos, mais de 4 mil crianças já participaram das iniciativas escolares e mais de 15 mil em atividades de conscientização sobre o trabalho infantil.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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