Desde o final da década de 1990, quando a internet começou a se popularizar no Brasil, estamos vivendo a massificação do acesso às redes sociais, principalmente através do telefone celular. Trata-se de mais um ambiente da vida social das pessoas, cada vez mais rápido e mais abrangente que os contatos pessoais. Na internet, as pessoas se relacionam, criam, discutem, xingam, compartilham e consomem coisas, refletindo os valores individuais e coletivos.
Ver postagens, principalmente no WhatsApp, de familiares, colegas, amigos ou conhecidos em momentos felizes em família, em eventos sociais, em viagens, com o novo carro ou o sucesso profissional podem provocar inveja e causar sentimentos de infelicidade e solidão. Aliás, pesquisadores da Universidade Humboldt e da Universidade Técnica de Darmastadt, da Alemanha, descobriram que fotografias de férias eram as que mais causam ressentimentos entre quem está vendo as postagens.
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É fato que as novas tecnologias interferem de maneira radical nas relações sociais. Mas, não só. Tanto assim que um estudo da Universidade de Califórnia, nos EUA, e da Universidade de Toronto, no Canadá, mostra que as pessoas estão gastando mais e economizando menos porque só veem o que os outros estão fazendo, comprando e consumindo, e não o que estão poupando.
Isso gera uma percepção equivocada, chamada de viés de visibilidade. Quando alguém visita um amigo, é possível notar que ele esteja usando roupas simples, talvez até “surradas”, em contraste com as fotos postadas no perfil da rede social, onde aparece com roupas elegantes, talvez até de famosas grifes. Isso significa que qualquer tipo de comunicação que não seja de pessoa para pessoa vai criar um viés de visibilidade maior.
O aumento da percepção sobre o que as outras pessoas estão fazendo não apenas nos faz gastar mais, como, também, nos leva a suposições equivocadas sobre nossa própria situação financeira e perspectivas de ganhos futuros. É o efeito dominó que leva outras pessoas a fazerem não necessariamente o que sintam vontade. Claro que o padrão de consumo já existia antes das redes sociais, mas vendo as pessoas de seus relacionamentos consumindo coisas, a tendência é consumir mais também.
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Esse viés da visibilidade pode explicar porque as taxas de poupança pessoal, nos EUA e outros países, estão caindo e, no Brasil, mantém-se em níveis baixos. Se não esbanjassem em itens desnecessários, as pessoas poderiam economizar dinheiro ou usá-lo para coisas mais práticas e necessárias, como reformar a casa.
Um dos objetivos do estudo das Universidades, citadas anteriormente, é tornar as pessoas mais conscientes sobre seus gastos. As pessoas precisam ter cuidado para não se deixarem levar pelas “bolhas” das diversas redes sociais em que participam. Quando se trata de dinheiro, as pessoas precisam olhar para a sua realidade pessoal e familiar, além, portanto, da realidade dos integrantes da rede social.
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A verdade é que muitas pessoas ficam no celular, olhando postagens e sonhando com o que gostariam de ter ou viver também. É claro que o sonho é importante, tanto assim que é um dos quatro pilares da metodologia da DSOP Educação Financeira (os outros três são diagnosticar, orçar e poupar).
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Conforme descobriu um estudo da Empower, empresa americana de serviços financeiros, ficar acompanhando postagens nas redes sociais, o que chamam de “dreamscolling”- sonhar rolando a tela -, pode ser positivo, desde que a pessoa defina o que quer da vida e planeje ações. Na realidade, 71% das pessoas que participaram do estudo da Empower disseram que o deamscrolling as motivou a atingir seus objetivos financeiros.
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De qualquer maneira, para pessoas que costumam acompanhar postagens nas redes sociais, sonhando com coisas que talvez as façam gastar tempo ou até dinheiro demais, existem três maneiras de evitar isso:
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