Falar sobre inflação é recorrente até mesmo em rodas de conversa informal. Sem entrar em questões acadêmicas – se é causada pela expansão monetária ou por demanda -, todos sabem que inflação é o aumento de preços. Com o mesmo valor de dinheiro, quanto compramos hoje comparado a um tempo atrás, que não precisa ser longo?
Mensalmente, o governo divulga a inflação oficial do Brasil. A acumulada do ano passado foi de 4,62% que, na realidade, parece que não espelha o aumento efetivo do custo de vida da maioria das pessoas. Muitas pessoas desconfiam ou até acreditam que há manipulação na apuração ou divulgação desse índice oficial.
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O índice de inflação oficial do Brasil é calculado pelo IBGE de acordo com a variação mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tendo como base de pesquisa o consumo das famílias com renda de um a 40 salários mínimos, residentes em oito regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia e Distrito Federal. Esse indicador leva em consideração a alta ou queda nos preços para o consumidor final de 465 itens, divididos em categorias de produtos de consumo e serviços – alimentação, transporte e comunicação, despesas pessoais, vestuário, habitação, saúde e cuidados pessoais, artigos de residência. Cada um desses grupos entra com um peso específico na composição do índice, sendo o mais representativo o da alimentação com 25,21%.
O fato de algum item da alimentação, por exemplo, ter sofrido, por alguma razão, aumento de 30% ou 40%, num mês, pesa no IPCA daquele mês, mas apenas proporcionalmente ao que ele representa dentro do grupo. Além disso, se algum item baixou de preço ele acaba diminuindo a média do índice de inflação.
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Mas, a inflação nem sempre é percebida pelo aumento dos preços. Em alguns casos, o produto mantém o mesmo preço, mas a embalagem conta com menos unidades ou vem com pesos e medidas menores do que a formatação anterior. É uma estratégia de indústrias de diminuir o peso, a medida ou a quantidade de itens para não aumentar o preço.
No mercado, é possível identificar casos de redução de quantidade ou de peso, com barras de chocolate e caixas de bombons, pacotes de açúcar, caixas de ovos e embalagens de carne. Na realidade, essa estratégia disfarça a inflação porque, pelo mesmo preço, compra-se menos quantidade ou peso, isso que qualquer alteração de quantidade e peso precisa ser informada, não apenas no mesmo lugar onde constava o dado anteriormente, mas em destaque.
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Então, além da inflação oficial e da disfarçada, existe ainda a inflação real. Esse índice geralmente é maior, dependendo da faixa de renda e itens de consumo, e precisa ser apurado por cada um. Famílias com rendas menores gastam a maior parte com alimentos, gás, transporte, energia elétrica, justamente itens de maiores altas. Na verdade, o principal vilão das finanças da população é a inflação real para o qual não existe índice oficial. O ideal seria que cada pessoa ou família comparasse o gasto de um mês com o mesmo mês do ano anterior. Raramente as pessoas dispõem desses registros.
Por isso, é hora de repensar os hábitos de consumo, principalmente em relação aos itens que estão tendo maiores aumentos. A recomendação é começar a fazer um minucioso diagnóstico da vida financeira pessoal ou familiar. Durante 30 ou 60 dias anotar, numa planilha ou aplicativo, todos os gastos realizados. Com base nesse levantamento, pesquisas comprovam que já é possível eliminar de 20% a 30% de gastos desnecessários ou desperdícios, sem mexer no padrão de consumo pessoal ou familiar. Depois, é possível promover substituições por produtos de menor preço.
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Por fim, Reinaldo Domingos – PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, além de autor de diversos livros – listou sete dicas para melhor conduzir as finanças pessoais e familiares:
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