Infectologista avalia lições da pandemia: “Doença tem risco maior do que fazer a vacina”

Principal referência regional no que diz respeito à Covid-19, o infectologista Marcelo Carneiro participou, nessa quinta-feira, 9, do programa Estúdio Interativo da Rádio Gazeta FM 107,9. Em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, o médico avaliou o contexto atual da pandemia e fez também um balanço das ações realizadas durante o ano para combater e controlar o coronavírus. Para ele, 2021 foi um ano difícil e de grandes desafios, mas as pessoas vão sair dele melhores do que entraram.

Ao comentar sobre a demanda, Carneiro revelou que “sem dúvida” foi o ano com maior volume de trabalho em 20 anos de medicina. No primeiro semestre, quando a doença estava fora de controle e os hospitais lotados, os médicos, enfermeiros e demais profissionais envolvidos trabalharam sem parar, a ponto de alguns desidratarem durante o plantão por não terem tempo sequer para beber água. “Totalmente fora do padrão. A gripe de 2009 (H1N1) não foi nem parecida”, disse.

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Grandes responsáveis pela melhora nos indicadores de saúde relativos à Covid-19, as vacinas ainda enfrentam resistência de uma parcela da população, enquanto outros estão com a segunda ou terceira dose em atraso. Diante disso, o especialista é mais um a reforçar o pedido para que as pessoas busquem a imunização. “Riscos sempre existem, mas uma coisa precisa ficar muito clara: pegar a doença tem risco maior do que fazer a vacina”, afirma.

Carneiro: um período de aprendizados | Foto: Rafaelly Machado

Ao elencar os aprendizados e lições deixados pela pandemia, Carneiro cita a evolução da medicina de forma geral para tratar a doença e também a mentalidade da sociedade, que passou a cuidar melhor da própria saúde e a se preocupar com os demais. Entre os erros, o principal foi ter tirado as crianças da escola por tanto tempo, mesmo sabendo que elas não eram acometidas por formas graves da Covid-19. “SarS-CoV-2 não gosta de crianças por uma questão muito básica: não existem receptores suficientes para o vírus entrar nas células”, explica.

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Ainda assim, o médico diz que não se pode julgar os gestores pelas decisões, tendo em vista a necessidade de proteger a população da doença. “Aprendemos na dureza, mas acho que saímos disso tudo bem melhores do que a entramos”. Apesar da melhora nos indicadores, que hoje se assemelham ao nível de abril de 2020 em número de casos ativos e internações, Marcelo Carneiro pediu também que se mantenham os cuidados básicos até que a situação se estabilize, tendo em vista o contexto de novas ondas de infecção que vêm sendo verificadas em diversos países europeus.

Projeção

Questionado sobre as internações e se chegará o momento em que não haverá pacientes hospitalizados em decorrência da Covid-19, Carneiro explicou que o coronavírus está se adaptando para sobreviver. Com isso, a nova variante Ômicron – que é totalmente diferente da Delta – tem maior transmissibilidade ao mesmo tempo que é menos agressiva. Cansaço e dores no corpo são os principais sintomas causados pela infecção.

Assim, é possível que o vírus esteja mudando para permanecer no ambiente e sendo disseminado para outros hospedeiros, que não serão mortos pela doença ou tirados de circulação, situações que impedem a transmissão a novas pessoas. Tudo isso, porém, ainda está sendo estudado e, até que haja conclusões, os cuidados de prevenção devem ser mantidos.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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