Regional

Indústrias da região abrem a compra da safra de tabaco

É grande o número de fumicultores que já realiza a preparação e o enfardamento do tabaco nas propriedades para a entrega às empresas processadoras e exportadoras, que iniciaram a compra nesta semana. Em Santa Cruz do Sul, a movimentação já começou na Philip Morris, que passou a receber tabaco na última terça-feira, 7 ; na UTC Brasil, que está comprando desde quarta-feira, 8; e na JTI, que começou a compra na quinta-feira, 9.

Para a próxima semana, está confirmada a abertura da compra pelas indústrias de Venâncio Aires: a Tabacos Marasca nesta segunda-feira, 13; a CTA Continental nesta terça-feira, 14; a Alliance One nesta quarta-feira, 15, para o tabaco tipo Burley e a partir do dia 21 para o Virgínia e a China Brasil Tabacos na quinta-feira, 16. A unidade local da BAT começa a receber também nesta segunda-feira. A Gazeta não conseguiu informações das empresas Universal Leaf Tabacos, ATC, Premium e Brasfumo.

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Os transportadores de Venâncio Aires Márcio Goethel, 53 anos, e Leandro Sehn, 44, tinham feito na quinta-feira, cada um, a terceira carga da semana, equivalente a cerca de 43 toneladas, transportando o tabaco de seis produtores por carga, em média. Eles, que fazem cerca de 80 cargas por safra, contam que a movimentação inicial tem sido baixa, comparada a períodos passados.

Goethel explica que trabalha com transporte de tabaco há mais de 30 anos. Em outras safras, nesta época, já havia levado cerca de 300 toneladas. “Este ano a compra começou mais tarde. Mas muitos produtores não estão conseguindo preparar o tabaco no galpão por conta do clima, que está deixando as folhas muito secas e quebradiças”, conta Sehn. “Também estão cautelosos para entregar porque vivem a expectativa pela definição dos preços. Só entregou mesmo quem está precisando de dinheiro de uma forma mais urgente.”

Mão de obra

Para dar conta do recebimento, classificação, beneficiamento e processamento, as empresas já abrem as contratações de safreiros. A UTC Brasil, por exemplo, tem o objetivo de contratar mais de mil empregados sazonais. A JTI também trabalha com a previsão de contratar mais de mil safreiros para atuação na unidade de Santa Cruz.

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Márcio e Leandro: início tardio da compra e cautela dos produtores para a entrega

Já na China Brasil Tabacos, serão empregados mais de 400 trabalhadores sazonais nas unidades do Rio Grande do Sul (Venâncio Aires), Santa Catarina e Paraná. E a Alliance One deve contar com mais de 3 mil empregados diretos durante a safra, em suas unidades nos três estados.

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Expectativa no setor é de safra com boa qualidade e alto volume

Segundo o gerente de Compra e Processamento da Philip Morris Brasil, Marco Antônio Lauer, há uma grande expectativa do produtor em relação à venda desta safra. Explica que, de certa forma, o clima colaborou, resultando em uma boa qualidade do produto.

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Marco Lauer, da Philip Morris: estimativa é de volume superior a 630 mil toneladas

“A estimativa é de que se tenha um volume de mais de 630 mil toneladas. No ano passado houve uma quebra de safra e fechou em pouco mais de 460 mil toneladas”, afirma. “Por isso, é preciso lembrar que 2024 foi muito atípico.”

Diante dessa situação, conforme Lauer, houve grande valorização do tabaco, mas por conta do cenário mundial, que contribuiu. “Por aqui o El Niño também influenciou na quebra, teve uma redução no plantio desde 2021. Então o produtor não pode considerar a safra do ano passado como parâmetro.”

Sobre o início da compra, Lauer afirma que a quantidade está dentro do previsto. “Estamos no início e ainda há muitos produtores que estão se dedicando à finalização da colheita, por conta do calor que tem se intensificado e pode até influenciar na qualidade final. Ainda há um quantidade considerável de tabaco nas lavouras; por isso o trabalho de preparação para venda, por parte dos produtores, ainda está em segundo plano.”

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Na próxima semana, ocorre rá mais uma rodada de negociações entre empresas e a comissão representativa dos produtores de tabaco. A primeira reunião, apenas com a JTI, ainda em dezembro, encerrou-se sem acordo. A comissão espera por uma proposta de reajuste linear, que considere o custo da produção de todas as classes por indústria.

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Os encontros ocorrerão na terça e na quarta-feira. No primeiro dia, o início da manhã será dedicado à reunião dos representantes das entidades para alinhamento da negociação. Depois, até o meio-dia de quarta-feira, serão recebidas individualmente 11 empresas fumageiras: Alliance One, BAT, Brasfumo, China Brasil, CTA, JTI, Philip Morris, Premium Tabacos, Tabacos Marasca, Universal Leaf e UTC.

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O presidente da Afubra, Marcilio Drescher, enfatiza que, segundo o acordado pela comissão com as fumageiras, estas devem vir com propostas concretas. “Enviamos correspondência a todas as empresas solicitando que a proposta de reajuste deve estar embasada, no mínimo, no custo de produção. Não iremos considerar proposta inferior à variação do custo apurado em conjunto”, explica.

“Caso a empresa não esteja disposta ou em condições de atender a esse requisito, sugerimos considerar a possibilidade de abdicar da agenda, pois não será considerada como negociação. Esperamos propostas justas, que valorizem o produtor e o sistema integrado.”

A comissão dos produtores é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e federações da agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos trabalhadores rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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