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Indústria e produtores não chegam a acordo sobre preço do tabaco

A primeira rodada de reuniões para definição do preço para comercialização da safra de tabaco 2017/2018 foi encerrada nessa sexta-feira sem nenhum acordo. O valor que será praticado continua indefinido. Nos encontros individuais com dez indústrias fumageiras, ocorridos nos últimos três dias na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) em Santa Cruz, a representação dos produtores apresentou o custo de produção, cuja variação é de 2,7% do ciclo anterior para o atual, e a proposta de reajuste de 4,7% sobre a tabela oficial acordada na safra passada. Porém, apenas três empresas apresentaram proposta e todas aquém da formulada pelas entidades representativas dos agricultores. 

Segundo a comissão interestadual dos produtores, formada por representantes da Afubra e das Federações dos Sindicatos Rurais (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep), o índice de reajuste proposto contempla o custo de produção e proporciona lucratividade aos fumicultores. Como não houve acordo, as empresas irão analisar novamente os índices e deverão se manifestar visando à fixação do valor até o próximo dia 20. Isso porque, conforme o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, o regimento do Fórum Nacional de Integração do Tabaco (Foniagro), aprovado de acordo com a Lei 13.288/2016 (Lei da Integração), estabelece que a definição de preço deve ocorrer em dezembro. 

Tendo em vista que algumas entidades e empresas fazem recesso no período de Natal e Ano- Novo, foi fixada a data de 20 de dezembro como limite para definição do preço. Para tanto, poderá haver uma nova rodada de reuniões individuais, nas quais as federações do Estado podem representar as coirmãs de Santa Catarina e Paraná, pois as negociações individuais se tornam onerosas às entidades que representam os agricultores. Werner frisa que a preocupação é negociar até conseguir um preço que dê lucratividade ao agricultor. O resultado da rodada foi apresentado à imprensa pela comissão dos produtores no final da manhã dessa sexta-feira. 

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A comissão admite que as expectativas foram frustradas, pois esperava-se que as empresas propusessem percentuais mais próximos ao reajuste solicitado pelas entidades. O positivo, de acordo com Benício Werner, é que ainda existe possibilidade de avançar nas tratativas. “Temos expectativa de chegar à assinatura de protocolo porque nós mostramos nossa sugestão e as empresas que fizeram propostas demonstraram disposição de rever percentuais e negociar. As entidades e empresas têm margem para negociar”, ressaltou o presidente da Afubra.

Apenas Souza Cruz faz compra antes do Natal

A Souza Cruz é a única fumageira, entre as maiores instaladas na região de Santa Cruz do Sul, que já iniciou a compra de tabaco da safra 2017/2018. Os agricultores contemplados com a venda  de seus produtos antes do Natal são das áreas próximas de Santa Cruz que plantam mais cedo. A aquisição começou nessa semana, por isso a quantidade adquirida ainda é pequena, segundo a empresa. Nesta primeira etapa, a unidade pretende obter tabaco até o próximo dia 22.  Depois, retomará os negócios no início de janeiro.

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Nos últimos anos, a Souza Cruz tem iniciado a compra de tabaco já em dezembro. Como o preço desta safra ainda não está definido, a empresa usa a tabela da temporada 2016/2017. A JTI Processadora de Tabaco do  Brasil Ltda. iniciará suas aquisições em janeiro; a Universal Leaf Tabacos em 10 de janeiro de 2018, no litoral de Santa Catarina e, nas demais regiões, a partir da segunda quinzena de janeiro. A Alliance One e outras indústrias também têm a expectativa de dar início à comercialização em janeiro.

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