Influenciadas pelas condições climáticas e por um problema zoosanitário, as exportações gaúchas da Indústria de Transformação caíram 14,7% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Atingiram US$ 1,3 bilhão, com queda na quantidade vendida (-14,7%) e estabilidade nos preços médios.
“Nossos principais segmentos, Alimentos e Tabaco, tiveram fortes reduções nas vendas no último mês, provocando grande impacto nas exportações. Além disso, a demanda externa continua menos aquecida”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Claudio Bier. Dos 23 segmentos exportadores da Indústria de Transformação gaúcha, somente nove apresentaram incremento em suas vendas para o mercado externo.
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A retração em Alimentos, que faturou US$ 390,9 milhões, chegou a 24,7% na comparação com agosto de 2023, de acordo com o levantamento realizado pela FIERGS com base nos resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O movimento das quantidades embarcadas, que caiu 36,9%, foi o preponderante para explicar a retração observada, visto que os preços médios se expandiram em 19,3%.
Óleos vegetais em bruto (US$ 140,0 milhões, queda de US$ 72,4 milhões) foram enviados principalmente para o Irã. Em segundo lugar, o abate de aves (US$ 77 milhões, diminuição de US$ 57,1 milhões) teve seus produtos comprados majoritariamente pelos Emirados Árabes Unidos. Vale citar que o caso da doença de Newcastle, ocorrido no final de julho, no município gaúcho de Anta Gorda, afetou frontalmente a produção de frangos no estado, fragilizando os embarques.
Já a diminuição nas vendas de tabaco se deu porque, ainda que tenha ocorrido incremento nos preços médios, a menor quantidade exportada acabou por impactar negativamente a receita do segmento, que totalizou US$ 271,8 milhões. É uma retração de 3,2% frente a agosto de 2023.
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Os preços médios aumentaram 23,9%, enquanto as quantidades caíram 21,9%. Os embarques foram afetados por causa da redução na safra, resultado do fenômeno El Niño. O principal ramo exportador foi o de processamento industrial do tabaco (US$ 260 milhões, redução de US$ 8,9 milhões), que teve seus produtos comercializados principalmente com Bélgica e Vietnã.
Químicos terminou em terceiro lugar, faturando US$ 113,1 milhões com exportações em agosto, queda de 1,9% frente ao mesmo período de 2023, com a maioria dos produtos vendidos com origem no ramo de Resinas termoplásticas(US$ 69,4 milhões, elevação de US$ 9,5 milhões). O principal destino foi a Bélgica.
Em agosto, o Rio Grande do Sul importou US$ 1,3 bilhão em mercadorias, aumento de 0,9% frente ao mesmo mês de 2023. Nesse período, 26,9% das importações gaúchas se concentraram em bens do segmento de Químicos (US$ 350,1 milhões, mesmo assim, uma redução de 2,4%). Dessas compras, a maior parte foram os pertencentes ao ramo de Intermediários para fertilizantes (US$ 156,7 milhões, aumento de US$ 16,8 milhões), adquiridos em sua maioria do Marrocos.
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