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Indumentárias retratam a história do povo gaúcho; veja a evolução

A história do povo gaúcho também é retratada pelas indumentárias. Exibidas por peões e prendas, especialmente durante os festejos farroupilhas, as pilchas preservam a tradição de um Estado que teve sua história marcada por guerras e, sobretudo, pela valentia da sua gente.

Com as diversas mudanças ocorridas, desde que deixou de ser território indígena e passou a ser disputado por duas potências europeias (Espanha e Portugal), o Rio Grande do Sul foi adaptando a indumentária de seus habitantes. Todas essas adaptações foram estudadas por décadas pela professora e pesquisadora Véra Stedile Zattera.

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Com mais de 20 livros publicados sobre o tema, ela acompanha a evolução das vestes desde os tempos dos indígenas até hoje. Respeitada no movimento tradicionalista por sua dedicação à pesquisa, a professora identificou como as roupas foram sendo forjadas ao longo do tempo. Em seu livro Pilchas do gaúcho, ela divulgou uma pesquisa que mostra como peões e prendas se vestem e descreve, em intervalos de tempo específicos, as mudanças verificadas nas roupas.

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De 1950 até hoje, por exemplo, o peão usa a bombacha tradicional, que pode ser confeccionada em brim, linho, tergal, algodão e tecidos mesclados. Em cores claras e escuras, mas não agressivas. O padrão das estampas é liso, listrado e xadrez discreto. A camisa deve ser de cores sóbrias, em algodão, tricoline, linho ou viscose.

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O lenço é peça fundamental, e as cores devem variar entre branco, vermelho, verde e xadrez miúde. As estampas floridas devem ser evitadas e o lenço preto, só em caso de luto. Já as botas costumam ser em couro preto ou marrom, com o colete em mangas e abotoado na frente, de uma só cor e com fivela para ajuste. Guaiaca preferencialmente lisa, com uma ou duas fivelas e bolso para relógio. E o chapéu pode ser nos modelos tradicionais, respeitando as características das “copas”.

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A prenda deve ter o vestido confeccionado em uma só peça. As mangas dos vestidos podem ser lisas ou levemente franzidas. O comprimento indicado é longo, três quartos ou até o cotovelo em ocasiões mais formais. Ombros e seios nunca podem ser expostos. O vestido pode ter enfeites em rendas, apliques e bordados. Os tecidos devem ser lisos, com pequenas estampas ou em xadrez discreto.

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A saia de armação é peça essencial e recomenda-se que seja discreta, leve e na cor branca. Já a meia-calça deve ser branca ou bege. Para sapatos ou sapatilhas, cores preto, branco ou bege, com salto de cinco centímetros ou meio salto. Os cabelos precisam estar semipresos ou com tranças, enfeitados com fitas, flores ou tiaras.

Como eram as vestimentas

  • De 1620 a 1730 – O indígena tinha como característica de vestimenta o chiripá-saia, o lenço na testa e as boleadeiras. Com a chegada dos jesuítas, começaram a produzir algumas peças de algodão para se vestir.
  • De 1730 a 1820 – O gaúcho vestia trajes diferentes de acordo com a posição social. Homens estancieiros usavam detalhes em rendas, esporas de prata, gibão (espécie de casaca masculina) de veludo ou lã e com botões de prata. O pala de seda ou lã também era acessório fundamental. A estancieira gaúcha utilizava cabelos presos com fitas e flores, vestido de seda ou algodão e joias em excesso. O peão ficava de pés descalços ou calçava botas garrão. Adotava-se camisa de algodão branca com amplas mangas e, na cabeça, os cabelos eram amarrados por uma tira de couro. A boleadeira e a pistola eram acessórios usuais. Já a mulher rural usava saia rodada de tecido de lã leve e andava de pés descalços.
  • De 1820 a 1865 – Com a urbanização, o gaúcho morador das cidades, denominado como citadino, passa a usar camisa branca com colarinho e terno completo (com direito a gravata de nó ou borboleta). A mulher escolhia vestido de seda com mangas retas e bufantes. O leque e a sombrinha eram acessórios indispensáveis. Já o gaúcho fazendeiro utilizava bombachas e botas fortes, camisa e lenços brancos, chapéu de feltro e pala, além da espora de prata. O peão aparecia com bombachas, alpargatas ou botas fortes e chapéu ou boina.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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