“Existe o Dia do Índio, mas ninguém comemora”, diz Paulo Ruppenthal, patrão do CTG Estância Alegre. Por essa razão, ele decidiu organizar um almoço do integração na sede da entidade ontem para fazer uma integração entre os índigenas e os tradicionalistas. Iniciativa inédita, ao menos na região.
Dos 70 índios da etnia kaingang que estão em Santa Cruz do Sul há praticamente um mês, 28 compareceram no evento. Foi servido galeto com polenta. Eles apresentaram danças típicas da tribo e exibiram os seus trabalhos artesanais, como os cestos de palha que são vendidos no Centro.
Eles visitam a cidade na Páscoa e no Natal. As crianças ganham permissão da escola para acompanhar os pais na viagem. São 290 quilômetros de estrada da Reserva da Serrinha, em Ronda Alta, até Santa Cruz. A Secretaria de Políticas Públicas os acolhe. Disponibiliza uma área nos fundos do albergue para que possam montar o acampamento. “Os índios ficavam nas ruas, na rodoviária, não recebiam assistência. Agora organizamos a estadia, recebemos doações. Eles chegam com um encaminhamento formalizado para que possam ficar na cidade por um determinado período”, explica Rejane Wartchow, diretora do departamento de Assistência Social.
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O cacique João Batista Cândido agradeceu a hospitalidade em Santa Cruz do Sul e disse que essa receptividade não se repete em outros municípios. “Somos bem acolhidos, recebemos um lugar para ficar. Na Semana Santa, vendemos marcela e trabalhos artesanais. Gostamos muito daqui”, disse.
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