O Independência é um bairro pequeno de Santa Cruz do Sul, abraçado pelo Renascença, Avenida e Universitário. Além disso, faz divisa com a BR-471, localizando-se em uma das entradas de Santa Cruz do Sul. No entanto, mesmo pequeno, ele tem uma variedade de coisas que o caracterizam como um lugar acolhedor, tranquilo e colaborativo.
Muitos que ali residem ainda chamam o bairro de Cohab, mas o nome não é mais usado legalmente e hoje homenageia a Avenida Independência, uma das maiores e mais importantes vias de Santa Cruz do Sul. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, 2.646 pessoas moravam no Bairro Independência, número que pode ter aumentado, principalmente em razão da proximidade com a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
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“Inicia em um ponto localizado no prolongamento imaginário do eixo da Rua Vereador Ivo Cláudio Weigel com a Faixa de Domínio Leste da Rodovia BRS- 471, de onde segue, no sentido leste, sempre pelo mencionado eixo até encontrar um ponto localizado no entroncamento dos eixos da Rua Ver. Ivo Cláudio Weigel com a Av. Independência, de onde segue, no sentido sul, pelo eixo da avenida, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Ruy A. Kaercher, seguindo no sentido oeste, pelo eixo desta, até encontrar um ponto localizado no limite leste da Faixa de Domínio da Rodovia BRS-471, seguindo deste ponto, no sentido norte, sempre acompanhando a referida Faixa de Domínio, até encontrar um ponto localizado na divisa sudoeste do Distrito Industrial, instituído pelo Plano Diretor, de onde segue, contornando o mesmo, passando pelos pontos localizado na divisa sudeste do Distrito Industrial, localizado na divisa nordeste do Distrito Industrial e localizado na divisa noroeste do Distrito Industrial, voltando a acompanhar a referida Faixa de Domínio, no sentido norte, até encontrar o ponto inicial.” – Trecho da lei ordinária 8.714, de 14/09/2021.
O Independência é um dos poucos bairros com uma sede de associação de moradores tão bem estruturada. A Associação Comunitária Amigos Núcleo Independência (Acani) conta com um grande salão de festas e um outro menor. A sede sobrevive financeiramente dos aluguéis, além de outras atividades como jogos de cartas e de bocha, que acontecem no local.
A atual presidente da Acani, Carmen Lúcia Azambuja, de 66 anos, está à frente da entidade há nove anos. Natural de Cachoeira do Sul e moradora do bairro santa-cruzense há 24, ela conta que a sede era pequena e, com o apoio da comunidade, foi sendo aumentada até chegar ao que é hoje. Ela diz que morar no Independência é muito bom. “Para mim e para o pessoal aqui de perto, é o melhor bairro. Não tem problema de assalto, é seguro”, resume.
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Quem entra na sede da Acani logo percebe o quanto o local é bem cuidado, o que se deve ao trabalho incessante de Carmen Lúcia. “Não é um hobby, isso é a minha vida. Durante a pandemia, com tudo fechado, eu colocava uma cadeira e ficava sentada olhando, porque não podia abrir, né? Quando eu olhava para a rua já era noite, daí eu ia para casa.”
Além dos jogos e festas que acontecem em suas dependências, a associação cede o espaço para aulas de dança, yoga e capoeira, entre outros. “Se é para trazer o pessoal da comunidade, a gente não cobra”, completa a presidente.
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A história do Bairro Independência não difere muito do que foi contado nesta série de reportagens sobre os bairros Universitário, Avenida e Renascença. Afinal, são muito próximos, sendo difícil distinguir o que é território de um e o que é território de outro.
Partes do que hoje são o Avenida e o Universitário, por exemplo, faziam parte da Chácara dos Meinhardt, com lotes de terras sendo vendidos posteriormente, o que foi dando formação às colônias de moradores. O Independência fica nessa mesma região e, por isso, é provável que parte dele também pertencesse à família.
Também foi a região desses quatro bairros uma das primeiras a receber os descendentes de imigrantes alemães, visto que a colonização se iniciou em Linha Santa Cruz, indo em direção a Boa Vista e depois para uma nova picada que estava sendo aberta, em Rio Pardinho.
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Com a proximidade da Entrada Rio Pardinho – como antes era chamada a região do atual Renascença –, os descendentes passam a descer cada vez mais e se fixar naquela região, como hoje é conhecida a área onde estão os quatro bairros: Avenida, Independência, Renascença e Universitário.
Bem na divisa entre o Universitário e o Independência, mas situada neste último, a Peixaria Dalosto é um dos comércios mais tradicionais do bairro. O ano de 1993 marcou a instalação da Unisc em Santa Cruz do Sul. Apenas um ano depois, a peixaria se transferiu para o atual endereço, na Avenida Independência, 2.042, bem em frente ao trevo da Unisc. Em 2022, completa 28 anos no local.
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Os proprietários viram o bairro crescer, impulsionado pela expansão que a universidade trouxe. A proprietária da peixaria, Sonia Zanata Dalosto, de 58 anos, conta que antes o estabelecimento ficava no Centro. “Compramos a casa e, como viemos morar, optamos por ter o comércio junto. E deu certo.”
Muito envolvida com a comunidade local, Sonia comenta que logo passou a participar da associação de moradores e da igreja. “É um bairro maravilhoso. Tanto que aqui não fica ninguém, só tem um ‘bipe’ na hora que o cliente entra. É muito tranquilo, seguro. É raro ouvir falar que aconteceu algum roubo aqui.”
A empresária relata que, com a instalação da Unisc, o bairro cresceu muito. “Muita gente optando em aumentar a casa, investir para aluguel de alunos da universidade”, observa.
Além da associação de moradores, o bairro tem o Clube de Mães Independência, que foi fundado em 17 de setembro de 1983. O clube funciona na Capela Ecumênica Cristo Rei, a igreja comunitária do bairro, cujo prédio fica bem ao lado da Acani e próximo à praça e ao posto de saúde. A capela começou a ser construída dez anos após a fundação do clube, em abril de 1993. Em 1994, a responsabilidade de organizar e conservar a capela passou para o Clube de Mães Independência.
Há seis anos, a presidente do clube é Luci Weisheimer. Ela conta que atualmente são 22 associadas, que realizam voluntariado e trabalhos manuais, entre outras atividades. “Todos os anos a gente fazia gincanas, arrecadávamos muitos alimentos.” Com a pandemia, no entanto, algumas ações pararam de acontecer, mas estão sendo retomadas aos poucos. Luci conta que já houve diversas mudanças na igreja e ela pretende encerrar este ano com mais uma reforma na capela, para poder passar a gestão adiante.
Mesmo não sendo moradora do Bairro Independência, Luci vestiu a camiseta e se dedicou por anos à comunidade. “Eu moro no Avenida e fui a única presidente que é de fora do bairro. Quem me convidou para participar do clube foi minha comadre. Já faz uns 26 anos que faço parte, sempre gostei, sempre fui participativa”, afirma.
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Aproveitar o sol sentado na Rua Jesus Gil, esquina com a Luiz Elimar Blum, é uma forma de Arnildo Soares de Oliveira, 81 anos, curtir a tranquilidade que o Independência proporciona. Arnildo foi um dos primeiros moradores do local. Há 40 anos ele reside na mesma casa. “Eu morava de aluguel, daí fui sorteado e vim morar aqui. Vim com minha esposa e filhos. É bom, é tranquilo. Naquela época eram 340 casas, mas agora tem mais, foi aumentando.”
O filho de Arnildo, Roni João de Oliveira, de 54 anos, vê o Independência como um bairro-cidade, que possui o que é necessário para viver. Tem posto de saúde, creche e comércio. “Temos tudo aqui. É um lugar calmo, muito bom de morar”, salienta.
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