O varejo santa-cruzense registra uma taxa de inadimplência de 27,73%, índice menor que as médias estadual (30,16%) e nacional (29,83%). Os dados foram disponibilizados nessa quinta-feira, 13, pelo Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul e Região (Sindilojas-VRP) em parceria com o Serviço Central de Proteção ao Crédito, da Boa Vista Serviços.

Conforme a pesquisa, a média de rendimento dos inadimplentes no município permanece entre meio e um salário mínimo, como já havia sido identificado em 2022. As mulheres são as que se mantêm com mais dívidas vencidas. Já a faixa etária dos devedores passou de 65 a 77 anos para 30 a 34 anos.

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Apesar de Santa Cruz apresentar esses indicadores, o presidente do Sindilojas, Mauro Spode, faz um alerta. “O índice é alto, mas na comparação com o Estado e em nível nacional, o resultado se torna menos impactante.” O hábito do cidadão santa-cruzense pode ter contribuído com esse resultado. “Temos a cultura de sermos mais cautelosos com as despesas”, avaliou.

Como ferramenta de apoio aos lojistas, a entidade coloca à disposição o material que vem da Rede de Parceiras/Boa Vista Serviços, disponibilizado no Mapa da Concessão de Crédito. O documento é uma alternativa para o crescimento dos negócios diante da inadimplência. A consulta ao cadastro positivo está disponível para as empresas no site do Sindilojas-VRP (www.sindilojas-scs.com.br). “O material conta com dicas para as operações de crédito mais seguras para o empresário”, recomenda a assessora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), Gicele Fernandes de Arruda.

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Gicele destacou que a participação dos estabelecimentos associados na gestão e análise de dados é fundamental para a redução da inadimplência. “Além dessas ferramentas, é preciso relembrar que o registro do inadimplente é uma forma efetiva de recuperação do crédito, bem como a realização de ações de cobrança de forma direta ou até mesmo terceirizada.”

O serviço de inteligência e cruzamento de dados é considerado fundamental pelo presidente da entidade. “Cumprimos um papel importante no auxílio da gestão do crédito das empresas. Não apenas para quem utiliza o crédito como forma de venda parcelada, mas até mesmo para quem opera com cartões de crédito”, completa Spode.

Retração na tomada de crédito

Em relação à busca pelo crédito junto ao comércio, a queda foi de 35,92% em Santa Cruz do Sul. De acordo com o economista-chefe da Rede de Parceiras/Boa Vista Serviços, Oscar Frank, houve uma espécie de “pé no freio” por parte dos tomadores de crédito. “A gente vem percebendo uma desaceleração do mercado de crédito, em linha com a própria economia. Então o consumidor, vendo toda a conjuntura e os juros elevados, fica receoso”, aponta.

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Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), em torno de 30% da renda do consumidor está comprometida. A entidade agrega isso à destinação de parte da renda, pela população, para pagar as dívidas contraídas, a fim de voltar a consumir.

Informações da Assessoria de Imprensa do Sindilojas

Cenário positivo

A retração da inadimplência no varejo de Santa Cruz é comemorada por lojistas. Na Joalheria e Ótica Kothe, o pagamento em dia por parte dos consumidores aumenta a possibilidade de a loja ofertar outras opções. “O cartão de crédito foi um facilitador para diminuir esse resultado na nossa loja. Com isso, nos abre a oportunidade de ofertamos o crediário próprio”, disse a auxiliar administrativa Luana Patrícia Kothe.

A ferramenta para consulta de crédito tem auxiliado os lojistas. No estabelecimento de Renato Bieger, a inadimplência diminuiu desde o ano passado com o uso da tecnologia. “Procuro cuidar sempre nas vendas, por isso consultamos o site antes da liberação de crédito”, disse o proprietário da Planeta Esportes. Outro apoio mencionado por Bieger é o cartão de crédito. “Facilita para o lojista, pois assim não precisamos nos preocupar com cobranças.”

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