O número de consumidores que deixaram de pagar suas contas em Santa Cruz do Sul estabilizou. A taxa de inadimplência local chegou a 29,48% em março, permanecendo inferior à média estadual (32,29%) e nacional (31,41%). É o que aponta o levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul e Região (Sindilojas-VRP), a partir dos dados da Boa Vista Serviços.
Para a executiva do sindicato, Gicele Fernandes Arruda, os resultados menores se devem ao perfil dos devedores. Segundo ela, apesar de dificuldades relacionadas a renda, emprego ou questões pessoais (doenças ou problemas familiares, por exemplo), a população está preocupada com os débitos. Ou seja, busca manter o crédito em dia, fazendo acertos e negociações.
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Conforme o monitoramento, as mulheres continuam com mais dívidas vencidas. De acordo com Gicele, isso se deve ao fato de serem responsáveis por um percentual considerável das compras para a casa e a família. A maioria delas encontra-se na faixa entre 25 e 29 anos. Já a média de renda fica entre meio e um salário mínimo.
Também houve recuo no percentual em comparação a fevereiro, de 29,6%. Apesar da estabilização, quando comparado ao mesmo período do ano passado, há um acréscimo de 1,7%. Em março de 2023, a taxa chegou a 27,73%, menor que a do Estado (30,16%) e a do País (29,83%).
A executiva do Sindilojas explica o comportamento do santa-cruzense a partir da avaliação feita pelo economista chefe da Rede de Parceiras, da qual a entidade faz parte, Oscar Frank. Ele aponta que o crescimento em relação ao ano passado pode estar associado aos juros elevados. “Mesmo com a redução da taxa Selic, desde agosto de 2023, acaba levando um tempo até se materializar em menos inadimplência”, frisou.
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O Rio Grande do Sul registrou uma queda no número de famílias endividadas, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (Peic-RS) de março, divulgada pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado. Os dados revelam que, em março, 88,3% das famílias possuíam contas ou dívidas – contraídas com cheque pré-datado, cartão de crédito, empréstimo, compra de imóvel, prestações de carro ou com seguro. É menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (93,1% em março de 2023) e também de fevereiro deste ano (89,1%).
Dentre os entrevistados, 28,6% manifestaram estar “muito endividado”, 26,7% estão “mais ou menos” e 33% “pouco” – totalizando 88,3%. Somente 11,7% disseram que não possuem dívidas dessa espécie. O cartão de crédito permanece sendo o principal tipo de débito das famílias, 69,3%. Em seguida, estão o carnê (30,1%) e o financiamento de carro (12,8%).
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Conforme a executiva, o Sindilojas-VRP atua na educação financeira tanto para os lojistas quanto para os consumidores. E além dos serviços prestados aos empreendedores associados – para análise e liberação de crédito – auxilia a população a permanecer no mercado de compras a prazo. Entre as ações está o Super Feirão Zero Dívida, que ocorre tradicionalmente nos finais de ano.
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Há ainda o projeto Lugar Certo, no qual o sindicato oferece atendimento presencial permanente aos clientes para a negociação de dívidas. “Pela intermediação, o consumidor negocia o valor com o credor e sai do balcão com o boleto para fazer a quitação”, explica Gicele Arruda. Ela destacou ainda que a entidade também dá orientações financeiras para os consumidores que querem organizar suas finanças.
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Já os lojistas recebem conselhos para aperfeiçoar a avaliação e liberação de crédito – que, na avaliação da executiva, é essencial aos estabelecimentos comerciais do município. “O crediário ainda é uma ferramenta importante de recebimento e também de aumento de vendas”, enfatizou.
Devido à relevância, esse será o tema do 2º Encontro Sindilojas, no dia 25 deste mês. Nele, a supervisora comercial Nutiele Freitas vai abordar teorias e práticas de como o crediário pode alavancar as vendas. Formada em Administração – com pós-graduação em Controladoria Estratégica pela Fadergs e MBA em Negociação, Vendas e Resultados de Alta Performance pela PUCRS –, ela possui mais de 15 anos de experiência na comercialização e desenvolvimento de serviços voltados à mitigação do risco das operações de crédito.
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